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Volkswagen Caminhões e Ônibus exporta 130 ônibus com destino à Angola

Lote é do modelo Volksbus 17.210 e é o maior lote já exportado para o país africano


SUELI REIS, AB

A Volkswagen Caminhões e Ônibus embarcou na última segunda-feira, 27, 130 ônibus com destino à Angola, o maior lote de veículos já exportados para o país africano. Todos os veículos são do modelo Volksbus 17.210 e vão ajudar a ampliar a frota de ônibus urbanos em 18 municípios, incluindo a capital Luanda. Montados na fábrica da VWCO em Resende (RJ), os chassis são equipados com motores Euro 2, também fabricados no Brasil e fornecidos pela MWM Motores.

O lote foi encarroçado pela Marcopolo em Caxias do Sul (RS) e embarcou a partir do Porto de Paranaguá (PR), que tratou de toda a logística para transportar tantos ônibus de uma só vez, operação inédita para o porto. Todos os ônibus também são equipados com o novo kit de proteção BioSafe, criado pela Marcopolo e que consiste em um sistema de divisórias que funcionam como barreira de proteção física para motoristas e cobradores, como forma de reduzir a possibilidade de contágio pelo coronavírus.

Segundo Leonardo Soloaga, diretor de vendas internacionais da VWCO, a compra efetuada pelo Ministério dos Transportes da Angola faz parte da retomada do programa de ampliação de renovação de frota, que estava parado há dois anos. Com este novo lote, a montadora soma quase 700 enviados ao país africano.

A maior parte dos veículos, 87%, será destinada ao transporte público de passageiros. Outros 8% destinam-se a demandas específicas de transporte de passageiros ligados a ministérios, hospitais e projetos sociais, enquanto os 5% restantes serão dedicados ao transporte de passageiros para instituições de ensino superior.

“Angola tem uma rede de transportes urbanos ainda muito aquém das suas necessidades. Em Luanda, por exemplo, há 8 milhões de habitantes para pouco mais de 500 ônibus, cobrindo apenas 15% da província. Por isso, mesmo em tempos de pandemia, as negociações continuaram”, afirma Geraldo Kulaif, diretor do Grupo Asperbras, importador oficial da VWCO no país.

Soloaga acrescenta que a Asperbras continua em contato e em negociações com o governo local, visando continuar fornecendo veículos ao país. “Essa é uma ótima notícia, não só pelo volume embarcado de uma só vez – e o maior que já enviamos para Angola – mas pela retomada do programa de ampliação da frota de ônibus. Esperamos que continue, estamos preparados para atender o país”, comenta.

PANDEMIA AINDA GERA DIFICULDADES DE EXPORTAÇÃO

O diretor pontua que embora todos os países de exportação tenham sofrido fortemente com os impactos da pandemia, a empresa segue trabalhando para aumentar sua participação em diversos mercados da África, como a própria Angola, África do Sul e Costa do Marfim, por exemplo. A participação do continente africano nas exportações da VWCO a partir do Brasil, que em anos passados já chegou a 15%, atualmente estão abaixo dos 10%.

Da mesma forma, as exportações caíram exponencialmente para seu maior mercado, a América Latina. Soloaga lembra que as exportações de caminhões e ônibus (geral, não só da VWCO) caíram na ordem de 30% até junho no Brasil. “E essa queda foi justamente maior para ônibus, de quase 50%, porque o segmento perdeu muito por causa de lockdown decretado em várias cidades, além de fronteiras que foram fechadas por causa da pandemia”, explica.

Segundo a Anfavea, a queda das exportações de caminhões e ônibus pode chegar a 40% este ano no Brasil. “Entendo que deste total a maior retração virá dos ônibus”, estima Soloaga. Por outro lado, ele estima que os negócios podem voltar a acelerar neste segundo semestre.

“Aos poucos estamos começando a ver a volta a um certo normal, acredito que até o fim do ano teremos possibilidades melhores. Claro, vai depender muito de cada país, há muitas incertezas, cada um tem uma política para lidar com os números da pandemia. Da mesma forma, 2021 ainda nos parece muito incerto.”

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