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Abraciclo acredita que a retomada da produção de motos em junho foi consistente

Com menos de 400 mil unidades, período registrou queda de 27% na comparação com iguais meses de 2019


MÁRIO CURCIO, AB

A produção de motos em Manaus (AM) somou 78,1 mil unidades, anotando crescimento de mais de 400% sobre maio, mês em que a Honda (que detém sozinha quase 80% do mercado) trabalhou apenas uma semana. A comparação com junho de 2019 também revela alta, de 14,7%. Os números foram divulgados pela Abraciclo, entidade que reúne fabricantes do setor.

No acumulado do ano, porém, foram fabricadas apenas 392,2 mil motocicletas, 27% a menos que em igual período de 2019. A produção neste primeiro semestre é comparável à primeira metade de 2001, quando foram fabricadas em Manaus 388,5 mil motos pelas associadas da Abraciclo.

A entidade acredita que a retomada da produção em junho foi “consistente”, mas reconhece que a evolução do mercado depende da normalização das operações de varejo. Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, recorda também que há um nicho de demanda formado por consorciados, que foram contemplados nos últimos meses e ainda não puderam utilizar suas cartas de crédito. Haveria 100 mil cotas contempladas e a falta de motos na rede tem gerado queixas desses consumidores.

Com a reabertura de concessionárias em diferentes Estados, as vendas no atacado (das fábricas para a rede) em junho somaram 76,2 mil motocicletas, um volume 315% maior que o de maio. A comparação com junho de 2019 também aponta alta, de 5,6%. No acumulado do semestre foram 377,1 mil motos. A queda pela comparação interanual é de 28,7%, muito próxima à registrada na produção.

EXPORTAÇÕES CAEM 48,8%

As exportações de motos já haviam começado 2020 com queda por causa da forte dependência dos embarques para a Argentina, em crise. As dificuldades geradas pela pandemia agravaram a situação. Em todo o primeiro semestre foram enviadas ao exterior apenas 10,4 mil motos, volume 48,8% mais baixo que o de iguais meses de 2019. A projeção feita no início do ano pela Abraciclo era de 28 mil unidades para 2020, mas certamente não será alcançada. Marcos Fermanian admite a necessidade de rever para baixo esta e outras projeções, mas deve fazer isso somente em um mês. “Ainda não é possível fazer com a devida precisão tanto por conta do cenário atual como pela instabilidade do comportamento do mercado”, diz.

EMPLACAMENTOS ACUMULAM QUEDA DE 33,9%

A reabertura de concessionárias em Estados como São Paulo fez crescer os emplacamentos de junho em quase 60% na comparação com maio, mas as 45,9 mil motos novas emplacadas no período em todo o País ainda são muito pouco na comparação com os primeiros meses do ano. A Fenabrave (que reúne as associações de concessionários) afirma que os números de junho foram prejudicados pela falta de motos de baixa cilindrada em estoque como consequência da paralisação das fábricas.

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