Publicidade

Paccar Financial completa um ano de operação no Brasil com crescimento expressivo

Carteira de financiamentos do braço financeiro da marca já soma R$ 562 milhões


PEDRO KUTNEY, AB

A Paccar Financial, braço financeiro da fabricante de caminhões DAF, completou em junho um ano de operação no Brasil com crescimento expressivo: a carteira de financiamentos somou no fim de maio passado R$ 562 milhões, as receitas se aproximam de R$ 5 milhões por mês e a instituição acumula no período participação de um terço (33%) das vendas da marca no País, com mais de mil veículos financiados em 12 meses. Todos os contratos para compra de caminhões são CDC (Crédito Direto ao Consumidor), pois o banco da montadoras ainda não tem autorização para operar com a linha Finame do BNDES.

Para João Petry, diretor geral da Paccar Financial no Brasil, a oferta de planos competitivos e apetite inalterado para continuar financiando as vendas da DAF no País fará a carteira da instituição crescer em torno de 40% sobre o nível de R$ 495 milhões registrados em dezembro passado, chegando ao fim de 2020 com R$ 700 milhões, mesmo diante da crise trazida pela pandemia de coronavírus, que provoca maior aversão ao risco pelos bancos.

“Começamos a operação com um aporte inicial de R$ 100 milhões, que logo teve de ser ampliado para atender à demanda do mercado nacional. Atingimos todos os objetivos nesse período, os clientes nos receberam muito bem, rapidamente entenderam que somos um grande aliado para o planejamento financeiro do seu negócio, com condições de financiamento de caminhões DAF muito competitivas. Não mudamos nossos critérios e assim devemos continuar a crescer”, afirma João Petry.

O diretor destaca que o ponto alto do primeiro ano da Paccar Financial foi a participação na Fenatran, em outubro de 2019, quando a instituição firmou presença no estande da DAF e multiplicou o número de clientes. Nos meses que se seguiram à feira, o banco da montadora foi responsável pelos picos de 54% das vendas da DAF em novembro e 43% em dezembro – nos meses anteriores esse porcentual nunca havia passado de 27%. “Oferecemos as taxas mais atrativas da Fenatran e conquistamos muitos clientes”, explica Petry.

CRESCIMENTO SEM FINAME

O fato de ainda não operar a linha Finame do BNDES não foi um problema para a Paccar Financial, que conseguiu crescer rapidamente e oferecer planos competitivos porque chegou ao mercado no momento em que o CDC ficou mais atrativo. Entre 2011 e 2014, o Finame com suas taxas imbatíveis era responsável por mais de 70% dos financiamentos de caminhões no País, cenário que mudou a partir de 2017, quando a inflação brasileira começou a cair, empurrando a taxa básica Selic para os níveis mais baixos da história, hoje fixada em 2,25% ao ano, tornando o CDC tão ou mais barato do que o Finame, o que fez a modalidade baixar para 19% dos financiamentos em 2019, enquanto o crédito direto ao consumidor saltou para cerca de 40%.

“O Finame já teve protagonismo muito grande nas vendas de caminhões no Brasil, mas isso mudou com a queda dos juros que possibilitou a criação de planos de CDC mais competitivos, com prazos de até 60 meses (cinco anos), carência de três até seis meses para iniciar os pagamentos e taxas muito baixas. Por isso deve continuar a ser o financiamento mais procurado pelo menos até o fim deste ano”, explica Petry. A taxas do CDC da Paccar Financial hoje começam em 0,67% ao mês.

Contudo, a chegada da pandemia de coronavírus ao Brasil devolveu competitividade ao Finame, porque os bancos ficaram mais avessos ao risco e aumentaram as taxas do CDC. Petry diz que a Paccar Financial não fez isso e nem pretende fazer: “Continuamos com os mesmos critérios de aprovação e taxas. Por isso os bancos de montadoras devem continuar a aumentar a participação nas vendas pelo menos até o fim do ano, quando os bancos comerciais tendem a retomar seu apetite pelos financiamentos de veículos”, avalia.

A Paccar Financial também tem interesse em passar a operar o Finame, que nas condições atuais tende a crescer de 25% a 30% a participação nos financiamentos de caminhões. Segundo Petry, a linha continua a ser uma fonte atraente de capital para diversificar e aumentar a carteira de financiamentos. “Trabalhamos com o BNDES para ter acesso a esses recursos, porque poderíamos oferecer mais crédito, mas isso só deve acontecer em 2021. Enquanto isso conseguimos superar com o CDC, mantendo taxas atraentes para atender os clientes”, diz.

INADIMPLÊNCIA BAIXA, SOLIDEZ E SEM BARREIRAS PARA CRESCER

O atual quadro recessivo, ao menos por enquanto, não comprometeu a saúde da carteira da Paccar Financial. Segundo a instituição, o índice de inadimplência é muito baixo, apenas 0,62% dos contratos registram atrasos nos pagamentos superiores a 30 dias. “Isso nos dá segurança, mas é também a nossa principal preocupação no momento. Temos um departamento de risco muito atuante, que acompanha os setores que estão sendo mais afetados pela crise e faz um trabalho proativo com esses clientes, oferecendo ajuda para superar o momento de dificuldade. Por isso, mesmo diante do cenário econômico abalado pela pandemia, avaliamos que a inadimplência da nossa carteira deve continuar inferior à média do mercado”, conta Petry.

De acordo com o diretor financeiro Anderson Haiducki, a Paccar Financial tem posição bastante sólida para sustentar seu crescimento sem barreiras. O capital social da instituição atualmente soma R$ 500 milhões, cinco vezes o valor investido no início do banco no Brasil, e 79% são fundos próprios, apenas 21% são captados em empréstimos no mercado. “A matriz está disposta a apoiar nosso crescimento e pode aportar mais capital se for necessário”, afirma o executivo.

A Paccar Financial opera atualmente com dois produtos: além do CDC para financiar os compradores de caminhões DAF, que representa 56% da carteira, também oferece financiamento do estoque da rede de concessionárias (floor plan), que responde por 44% do capital emprestado. A expectativa é que nos próximos meses essa relação seja ampliada com crescimento das operações de crédito no varejo.

Nos planos futuros, além de negociar com o BNDES para começar a operar linhas do Finame a partir de 2021, a instituição também estuda o lançamento de planos de leasing no próximo ano. No médio e longo prazos, Petry relata que há interesse em entrar no mercado de financiamento de caminhões usados, mas admite que esse é um terreno mais difícil de se mover: “Vai exigir mais estudo e preparação, porque é um segmento com maior dificuldade de aprovação de crédito e inadimplência mais alta”.

Publicidade