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Edifícios sustentáveis no Brasil: incorporar práticas sustentáveis ao desenvolvimento progressista da área

Brasil é o 4º país do mundo com mais certificações de edifícios com práticas de sustentabilidade, como reutilização da água da chuva e energia solar


O Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado em 5 de junho, mas toda a primeira semana desse mês é dedicada a lembrar ao mundo a importância de preservar o ecossistema. Alguns setores econômicos têm se mostrado mais adeptos de incorporar práticas sustentáveis ao desenvolvimento progressista da área, como é o caso do mercado imobiliário.

De acordo com o levantamento de 2019 do US Green Building Council (USGBC), criador do sistema LEED (Liderança em Energia e Design Ambiental, em português) de classificação de edifícios sustentáveis, o Brasil ocupa a 4ª posição entre os dez países e regiões fora dos Estados Unidos com maior área certificada LEED. O país possui mais de 1.450 projetos certificados pelo LEED, que são avaliados de acordo com uma séria de requisitos impostos pelo órgão.

A utilização da água da chuva, a implementação de painéis de energia solar e gestão de resíduos estão entre as práticas de sustentabilidade predial, mas o processo começa antes mesmo do edifício ser construído. Uma obra sustentável leva em consideração todo o projeto, desde o planejamento até eventuais manutenções após a entrega. Sendo assim, outras medidas já são previamente determinadas, como a minimização do uso de matérias-primas levando ao reaproveitamento de materiais e à utilização de fontes renováveis e recicláveis, que tenham baixo impacto ambiental até mesmo com relação ao transporte.

Segundo João Vitor Gallo, sócio da Petinelli –empresa de consultoria em sustentabilidade para certificação de edificações LEED e WELL– o futuro das construções sustentáveis é muito promissor e nem um pouco distante da realidade atual. “Estamos numa era onde os recursos naturais estão cada vez mais escassos e a demanda por energia só cresce, contribuindo para o aumento do custo ao usuário final. Nesse cenário, construir melhor, gastando menos recursos, economizando dinheiro do usuário e trazendo um espaço mais saudável é um caminho sem volta. Em alguns estados norte americanos já é lei certificar prédios públicos e no Brasil isso está se tornando um padrão de mercado. Assim como os selos que encontramos em equipamentos eletroeletrônicos, a certificação de edifícios sustentáveis torna-se, cada vez mais, um requisito obrigatório para o comprador”, explica.

Exemplos de edifícios verdes em meio às cidades grandes

Ainda em fase de construção, o Bosco Centrale, empreendimento da GT Building em parceria com Teig Empreendimentos e a Gadens Incorporadora, é um lançamento de alto padrão que está localizado em uma das mais importantes vias do coração de Curitiba. Todos os apartamentos foram planejados para usufruir do bosque vertical instalado em toda a parte exterior do edifício, o que gera mais frescor, aconchego e noção de sustentabilidade. O empreendimento é o primeiro da cidade a possuir esse visual contemporâneo de bosque vertical habitável. Além disso, está em processo de certificação do GBC Condomínio.

O renomado arquiteto paisagista, Benedito Abbud, responsável pelo projeto arquitetônico do Bosco Centrale, diz que o empreendimento é rico em detalhes criativos e inovadores. “Seguindo tendências internacionais, a presença da natureza marca o projeto. Além da preocupação visual e física, também nos atentamos a um termo denominado biofilia, que nada mais é do que uma estratégia para reconectar as pessoas com a natureza e o ecossistema. O termo é um complemento para a arquitetura verde, que diminui o impacto ambiental do mundo construído e utiliza design inteligente para criar espaços mais naturais e preservados nas cidades”, ressalta.

Além disso, o empreendimento irá utilizar a tecnologia de irrigação Bubbler (termo americano que significa borbulhamento – em tradução livre) pois sua adoção é fácil, de baixo custo e funciona por energia gravitacional. Ou seja, não precisa de energia de bombeamento de água porque trabalha numa pressão muito baixa, o que é visto como mais um fato inovador e sustentável.

Já do outro lado do mundo, na Austrália, foi lançado em 2013 o One Central Park para ser a parede viva mais alta já construída. Os responsáveis pelo projeto são o expert em jardins verticais Patrick Blanc e o renomado arquiteto Jean Nouvel. A vegetação cobre os 166m de altura dos dois prédios residenciais em Sidney e as espécies são divididas entre plantas nativas do país e outras exóticas. Outra inovação foi a instalação de um heliostato entre as duas torres, que possui espelhos que se movimentam para que a luz solar seja refletida para o jardim e para outras áreas do prédio, gerando iluminação natural ao longo do dia.

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