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Brasil tem um enorme potencial para descarbonizar o setor de transportes e reduzir a emissão de particulados

Em evento do Governo de São Paulo e Prefeitura, Demetrio Magalhães afirma que mistura entre gás natural e biometano é chave para transição energética


O Brasil tem um enorme potencial para descarbonizar o setor de transportes e reduzir a emissão de particulados, e o gás natural vai abrir caminho para a expansão do biometano por meio da integração dos dois energéticos, afirmou, em São Paulo, o CEO da Edge, Demetrio Magalhães, em painel do Summit SP+Verde - evento realizado nos dias 4 e 5 de novembro pelo Governo do Estado de São Paulo, em conjunto com a Prefeitura de São Paulo e a Universidade de São Paulo (USP).

Magalhães reforçou que o biometano e gás natural são a mesma molécula (CH4), o que os torna intercambiáveis e permite que toda a infraestrutura existente para o gás natural seja utilizada também pelo gás renovável.

“O Brasil tem um potencial incrível para a produção de biometano a partir de resíduos urbanos, agrícolas e industriais, transformando o problema da gestão de resíduos em uma solução energética limpa e sustentável”, afirmou o CEO da Edge.

Segundo ele, o principal desafio é a competitividade e a escala do biometano no Brasil. “Acreditamos que o ‘blend’ – a mistura do biometano com gás natural – pode promover a descarbonização de forma imediata e ao mesmo tempo dar escala para o biometano. O gás natural abre caminho para a expansão do biometano”, acrescentou Magalhães.

O executivo lembrou que a substituição do diesel por gás natural em frotas pesadas pode reduzir as emissões de CO2 em 25%, e que, com o biometano, esse impacto é ainda maior. Além de reduzir gases de efeito estufa, o uso de gás natural e biometano melhora significativamente a qualidade do ar nos centros urbanos, ao praticamente eliminar as emissões de particulados – a fuligem decorrente da combustão nos motores.

“Em saúde pública, o uso do gás natural ou biometano gera um impacto positivo de 80% na redução de particulados”, observou Magalhães, lembrando que São Paulo já liderou outras políticas de qualidade do ar, como o etanol e o rodízio de veículos.

A Edge, que recentemente iniciou a operação do terminal de regaseificação de GNL (Gás Natural Liquefeito), também investe no desenvolvimento do gás renovável. “Estamos concluindo a construção de uma planta de purificação de biometano em Paulínia (SP), que será a maior do país, com capacidade inicial de 225.000 metros cúbicos por dia”, disse o CEO.

Magalhães afirmou ainda que, além da geração de energia elétrica, a mobilidade é um dos vetores mais promissores para o avanço do gás natural e do biometano.

"Se convertêssemos toda a frota de caminhões do Brasil de diesel para gás natural, a demanda poderia chegar a 150 milhões de metros cúbicos por dia. Na China, cerca de 10% dos caminhões já operam com GNL, com autonomia de até 1.200 km”.

Para o executivo, a colaboração entre os setores público e privado é crucial para acelerar a presença do gás natural e do biometano no transporte pesado.

"Acredito firmemente no papel desses combustíveis na descarbonização e também nos benefícios à saúde pública. São Paulo já dá sinais importantes, com políticas como incentivos no IPVA. E a Edge está comprometida em apoiar essa transição energética.”
 

Vivian tiemi <vivian.tiemi@loures.com.br>

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