A DuPont, líder em tecnologia de materiais, em parceria com o SENAI CETIQT (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil), já viabilizou a reciclagem de 200 toneladas da fibra de aramida Kevlar® presente em coletes balísticos e placas de blindagem automotiva. Esse é o resultado após um ano do início de um programa de economia circular que promove avaliação técnica e recomendação de empresas brasileiras capazes de reciclar o material.

Desde o seu lançamento, a iniciativa já reaproveitou mais de 200 toneladas de resíduos de Kevlar®, entre produtos experidos e rejeitos de produção. “O programa é pioneiro ao oferecer um modelo de descarte responsável e rastreável, capaz de preservar os princípios de segurança balística e atender às diretrizes da economia circular”, declara Marcelo Fonseca, líder do Negócio de Defesa para a América Latina.

Com foco no cumprimento das normas ambientais e de segurança — incluindo as exigências do Exército Brasileiro e da nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021) —, o programa estabeleceu um processo de auditoria técnica rigoroso, conduzido pelo SENAI CETIQT, para identificar empresas qualificadas a lidar com resíduos de Kevlar®, inclusive com presença de resinas.

Duas empresas brasileiras foram oficialmente recomendadas após avaliação: FlocosFibra e Grupo Primaplast. Ambas passaram por inspeções presenciais e assumiram o compromisso de atuação em todo o território nacional e também na América Latina.

“A DuPont entende seu papel de fomentar soluções sustentáveis e apoiar a cadeia produtiva no cumprimento da legislação e no enfrentamento do desafio ambiental que envolve os resíduos de Kevlar®, inclusive os resinados”, declara Fonseca.

Avaliação

O processo de auditoria coordenado pelo SENAI CETIQT considera conformidade com legislação trabalhista, padrões ambientais, protocolos de saúde e segurança ocupacional, rastreabilidade e métodos eficazes de descaracterização dos itens.

Quando os coletes e painéis são compostos apenas por fibras de Kevlar®, o material é triturado e descaracterizado fisicamente. A fibra reciclada é reinserida em cadeias produtivas, como a do setor automotivo, por exemplo, em pastilhas de freio.

Nos casos em que há presença de resina, o processo exige uma etapa adicional de extração, viabilizada por tecnologia proprietária das empresas parceiras da DuPont. Ainda assim, o material pode ser reaproveitado de forma ambientalmente adequada e segura.

“Criamos uma alternativa rastreável e sustentável. Com a economia circular aplicada a esses materiais, reduz-se também a preocupação com o destino de coletes vencidos que, por falta de solução, acabam armazenados por tempo indeterminado”, afirma Fonseca.

O SENAI CETIQT, criado em 1943 na cidade do Rio de Janeiro, é responsável pela formação profissional e a prestação de serviços orientados à cadeia produtiva do setor químico e têxtil. Seu objetivo é aumentar a competitividade da indústria brasileira e a sua inserção no mercado global.

João Vitor Ruvolo Navarro <joao.ruvolo@2pro.com.br>