O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) deste ano, com base nas informações de julho, é de R$ 1,135 trilhão, alta de 1,9% em relação a 2022. Este resultado está ligado à alta produtividade do setor, impulsionada por incrementos tecnológicos usados no campo. 

Fatores como o aumento da tarifa de energia elétrica, o fim do subsídio para o consumidor rural e a necessidade por aumento de produção e cultivo tornaram a instalação de sistemas fotovoltaicos uma das grandes aliadas da agropecuária brasileira. “Os produtores buscam cada vez mais alternativas para reduzir custos, sem intervir na produção”, afirma Juliano Pereira, country manager da SolarEdge Brasil.

Com dados baseados em informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR), os investimentos do agronegócio em geração própria já atingem R$ 15,5 bilhões no Brasil. Já são mais de 200 mil consumidores em 170 mil conexões de sistemas solares no campo, num total de 3,1 gigawatts (GW) de potência instalada, o que representa 14% de toda a capacidade de energia solar instalada de forma própria no Brasil.

As estatísticas refletem o movimento no mercado brasileiro para se tornar uma referência na geração de energia limpa por meio de soluções de energia solar. A ABSOLAR também aponta que, até 2050, a geração fotovoltaica distribuída poderia trazer R$140 bilhões em novos investimentos para o país e reduzir os custos com termelétricas em R$150 bilhões.

De acordo com o executivo da SolarEdge, adicionar energia solar fotovoltaica a uma propriedade rural não apenas melhora a economia com custos de energia elétrica, mas também é ecologicamente correto por mitigar as emissões de carbono. “Além disto, os produtos SolarEdge são robustos e altamente resistentes à corrosão, ideais para áreas rurais. Nosso inversor mitiga eventuais déficits de produção de energia por poeira e detritos, sombreamento parcial, amônia por excrementos de pássaros e variações de temperaturas”, pontua Juliano.

Case de sucesso

A agropecuária tem muito a se beneficiar com a energia solar: existem vários segmentos e atividades que podem reduzir drasticamente o gasto com a conta de energia elétrica por meio de um sistema fotovoltaico, como a produção leiteira, a avicultura, a irrigação, o bombeamento de água, entre outros. Um desses cases de sucesso é do avicultor Cassiano Borelli, residente do município de Progresso, no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul.

A solução instalada na propriedade tem gerado 7,5 mil kWh por mês. “Isto significa que o gasto médio mensal com energia, que hoje giraria em torno de R$ 10 mil, está na faixa de R$ 3 mil. Estamos pagando praticamente apenas a parcela do financiamento do equipamento e, com esta economia, estamos fazendo investimentos em melhorias na estrutura da propriedade e na compra de novos maquinários”, comemora Cassiano. 

Monitoramento inteligente

A utilização de softwares inteligentes há tempos é uma realidade presente em diversas áreas do agronegócio e a SolarEdge segue contribuindo para ampliar a tecnologia da energia solar no campo, cada vez mais necessária e em sinergia com o mercado agro brasileiro. 

A SolarGik, empresa de Trackers FV adquirida pela SolarEdge, oferece a tecnologia pensando em instalações em terrenos desnivelados e complexos, reduzindo assim o custo com terraplanagem ou adequação destes, apresentando uma solução alternativa às instalações tradicionais. O Tracker da SolarGik pode ser utilizado em aplicações agrovoltaicas a fim de aproveitar o máximo da luz do sol, já que a sua estrutura é baseada em algoritmo, direcionando os módulos em direção da luz para maior geração de energia.

“O sistema, que pode ser composto de oito a 24 módulos solares, acompanha o movimento do sol de forma autônoma, aumentando seu poder de captação e geração de energia. Com seu eixo de rotação alinhado à direção do movimento da mesa de cada módulo, a tecnologia, desenvolvida com algoritmos avançados de rastreamento por meio de conexão com satélites, é capaz de rastrear e acompanhar a maior irradiação solar disponível para obter o máximo de potência", explica Juliano.

Nina Vazzoler <ninavazzoler@agenciarace.com.br>