Toyota tem possibilidade de produzir novos modelos para o mercado brasileiro
Automotive Business -
Montadora passa por fase de forte transformação no país, com fechamento de fábrica e desenvolvimento de novos modelos
O anúncio de investimento no país, e a possibilidade de produzir novos modelos para o mercado brasileiro, representam a injeção de ânimo que a Toyota precisa para se fortalecer na região. De acordo com balanço divulgado na quinta-feira, 28, os números da companhia em termos produtivos e comerciais estão aquém dos tempos áureos.
No ano passado, a Toyota produziu 5,3% menos do que em 2022. Saíram das linhas de Sorocaba e Indaiatuba, no interior paulista, 212,3 mil veículos.
O resultado interrompe um processo de crescimento que vinha sendo registrado pela montadora desde 2019.
Vendas da Toyota caem
O perfil de queda seguiu no primeiro bimestre do ano, com uma produção 12% menor, com pouco mais de 29 mil unidades. As vendas da Toyota realizadas no Brasil no comparativo 2023-2022 cresceram 1,5%: 194,5 mil unidades. Por outro lado, houve queda de 3,3% no primeiro bimestre de 2024, com 24,3 mil unidades licenciadas.
Afora questões ligadas ao mercado doméstico, como acesso ao crédito e financiamento, o processo de transição pelo qual passa a fabricante reflete no seu desempenho.
O shutdown da fábrica de Indaiatuba, onde é produzido o Corolla, de alguma maneira deve influenciar no ritmo produtivo da empresa, ainda que ele ocorra de forma gradual até 2025. A oferta reduzida também deve influenciar nos números de vendas apresentados.
Toyota viu concorrência aumentar
Se por um lado a montadora tem um público cativo para o Corolla em todas as suas versões, por outro, a oferta reduzida na comparação com outras montadoras inibe o crescimento das vendas.
Em linhas gerais, a Toyota não tem produto para brigar em segmentos que, hoje, proporcionam volumes interessantes no Brasil. E naqueles onde a empresa estava mais confortável, a concorrência ficou mais acirrada com a chegada de lançamentos de competidores rivais.
A fabricante, no entanto, parece estar atenta ao cenário. Tanto que o seu próximo ciclo de investimentos envolve a produção de uma picape médio-compacta e, também, um novo SUV compacto, baseado no Yaris Cross tailandês. Ambos com motorização híbrida flex.
Quem conduzirá a montadora para esse horizonte com mais possibilidades será no novo CEO, Evandro Maggio. Ele sucede Rafael Chang, que foi alçado ao posto de CEO da empresa na América Latina e Caribe.
No exterior, tudo vai bem, obrigado
Chang assume as atividades em um mercado onde a Toyota vai muito bem. O balanço divulgado aponta que no ano passado as exportações na região cresceram 1,3% ante 2022, com 44 mil unidades. No primeiro bimestre de 2024 as exportações cresceram 10,6%, em um total de 5,9 mil unidades embarcadas.
Biaggio, por sua vez, herda uma empresa que encerrou 2023 com a quarta maior fatia do mercado brasileiro de automóveis e comerciais leves, 8,82%, atrás de Fiat, Volkswagen e General Motors.
No mundo, a produção da Toyota encerrou 2023 com 10 milhões de unidades, resultado 11% maior do que aquele verificado em 2022. As vendas globais somaram 10,3 milhões de unidades, alta de 7,7% na mesma base de comparação.