A Stellantis anunciou na quinta-feira, 26, um investimento de € 1,5 bilhão  para adquirir 21% da Leapmotor, fabricante de veículos elétricos (EVs) com sede na China. Este acordo estratégico tem como objetivo solidificar a presença da Stellantis no maior mercado automotivo do mundo, mas também estabelece uma joint venture destinada a acelerar a eletrificação do grupo em escala global.

A JV terá participação majoritária da Stellantis (51%) e foco em exportação, vendas e fabricação de produtos Leapmotor fora da China. Este movimento representa um marco significativo, sendo, de acordo com comunicado divulgado pela Stellantis, "o primeiro relacionamento global de veículos elétricos do setor entre uma montadora líder e um OEM chinês de NEV integrada".

O investimento visa ampliar a presença da Stellantis no mercado chinês -bom lembrar que a Jeep pediu falência no país asiático em 2022. Ao mesmo tempo, a montadora quer explorar tecnologias de veículos elétricos desenvolvidas pela Leapmotor a fim de acelerar seu processo de consolidação na seara de EVs em âmbito global. 

"Por meio deste investimento estratégico, podemos nos beneficiar da competitividade da Leapmotor tanto na China como em outros países", disse o CEO da Stellantis, Carlos Tavares.

Stellantis pode ganhar na China e na Europa

Este movimento da Stellantis é visto como uma jogada inteligente em meio à invasão de fabricantes de veículos elétricos chineses. Ancoradas em subsídios estatais, as marcas asiáticas têm lançado cada vez mais automóveis zero combustão na Europa por preços competitivos - o que levou a uma retaliação da Comissão Europeia.

Justamente por isso, analistas acreditam que a parceria com a Leapmotor não apenas fortalecerá a posição da Stellantis na China, mas também abrirá portas para uma expansão significativa no mercado europeu de veículos elétricos. 

Por outro lado, no caso da Leapmotor, o movimento é visto como uma forma de sobreviver, principalmente, ao agressivo mercado chinês. As ações da empresa caíram 11% na quinta-feira, 26, devido aos receios do mercado com relação à concorrência. Atualmente, dezenas de fabricantes de EVs se veem numa guerra de preços no país asiático.