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Conresol e ABCP fecham parceria para viabilizar o tratamento dos resíduos sólidos

Acordo de cooperação técnica possibilitará tratamento dos resíduos sólidos e ajudará o setor cimenteiro a diminuir a emissão de gases poluentes


O Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol) da região metropolitana de Curitiba (PR) e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) fecharam uma parceria para viabilizar o tratamento dos resíduos sólidos. A intenção é produzir combustível derivado de resíduos urbanos (CDRU) para serem usados nas cimenteiras locais. 

O Conresol é o responsável pela implementação do projeto em sua região de atuação, composta por 24 municípios. Com investimentos privados que podem chegar a R$ 500 milhões, o projeto prevê a adequação das fábricas de cimento e a construção de unidades de preparo do CDRU. Além disso, a iniciativa tem potencial para gerar cerca de 400 novos postos de trabalho, contribuindo para o desenvolvimento econômico da região.  

O CDRU representa uma grande oportunidade para o setor cimenteiro porque pode ser um substituto energético do coque de petróleo, utilizado como combustível para a fabricação de cimento. A substituição vai ajudar a reduzir significativamente as emissões de carbono do setor, contribuindo para a mitigação dos impactos das mudanças climática. 

Além disso, o coprocessamento de novas fontes energéticas e renováveis nas fábricas de cimento ajuda a diminuir a quantidade de resíduos dispostos em aterros sanitários, evitando passivos ambientais e problemas de saúde pública. 

Como o CDRU será usado 

São três fábricas de cimento instaladas na região de Curitiba que possuem capacidade para consumir anualmente cerca de 200 mil a 300 mil toneladas de CDRU. A tecnologia de coprocessamento transforma resíduos sólidos urbanos e industriais e passivos ambientais em energia térmica. Neste processo, o resíduo substitui parte do combustível que alimenta a chama do forno para a produção do clínquer (principal matéria-prima do cimento). 

As cooperativas de reciclagem e catadores da região também farão parte do projeto. Os rejeitos gerados por eles, que antes eram simplesmente descartados em aterros sanitários, agora são destinados às fábricas de cimento, reduzindo os custos de descarte e promovendo a economia circular. 

O setor de cimento também estabeleceu de maneira vanguardista suas metas em relação à redução dos seus níveis de emissão dos gases de efeito estufa e para isso pretende chegar em 2050 utilizando 55% de combustíveis renováveis de diversas fontes, tais como: resíduos urbanos sem reciclabilidade, lodo de esgoto, pneus inservíveis, agrícolas (casca de arroz, caroço do açaí, casca do babaçu, poda de árvores) e resíduos industriais. 

Segundo a ABCP, atualmente, 26% da matriz energética do setor já é compost a por combustíveis alternativos, equivalente a quase 2,5 milhões de toneladas por ano, e tem conseguido reduzir gradativamente a cada ano sua dependência do coque de petróleo.

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