O último Fórum Mundial de Davos, realizado em janeiro deste ano, trouxe um dado alarmante: o custo de vida aumentou, não só por causa das guerras comerciais e bélicas, mas também por conta da falta de melhor aproveitamento dos recursos naturais e humanos. Mas nem tudo está perdido. A Economia Circular tem sido apontada como resposta para mudar esse cenário, e foi pauta do primeiro episódio da temporada ESG da plataforma InfraDigital. 

Como já experimentado em outras temporadas, os editores dos Portais IPNews e InfraROI, Jackeline Carvalho e Rodrigo Conceição, respectivamente, se reuniram especialistas no tema para entender o papel da tecnologia na Economia Circular. A conclusão é que o setor tem dupla função nessa área, pois pode contribuir não só fazendo a lição de casa da reciclagem, como fornecer ferramentas para melhor gerenciar as ações de todos os atores. 

No episódio, Marcele Andrade, diretora de Engenharia de Valor da SAP Brasil, explica que a essência do conceito de Economia Circular é o reaproveitamento de resíduos descartados por uma empresa em outra finalidade de negócio. Com um mundo cada vez mais dependente de tecnologia e de dispositivos eletrônicos, o setor acaba assumindo também um papel importante na Economia Circular. 

“Há dois anos surgiu uma regulamentação e hoje a gente cuida um pouco melhor do descarte de aparelhos eletroeletrônicos”, lembra Marcele Andrade. Assim, fabricantes do setor acabaram adotando a logística reversa, para tornar a produção de novos produtos mais “limpa”. “Com certeza, não é uma iniciativa que traz apenas uma maior eficiência, mas também um propósito muito mais adequado ao nosso planeta”, pondera a executiva. 

Nesta linha, você vai ouvir da fundadora da Exchange 4 Change e líder do hub de Economia Circular do Brasil, Beatriz Luz,  um exemplo de mudança. Ela conta que o hub conectou uma empresa que estava em busca de sucata com uma fabricante que tem a responsabilidade legal de recolher eletroeletrônicos antigos para serem reciclados. “Criamos uma integração que normalmente não aconteceria sozinha. Criamos essa inteligência coletiva que traz a força da mudança.” 

Tecnologia para a economia circular 

Marcele complementa lembrando que a tecnologia também é um grande habilitador de cadeias de negócios, porque simplifica a gestão logística dos recursos a serem compartilhados. A SAP tem a solução Sustainability Control Tower que ajuda os clientes a enxergar e gerenciar a cadeia de sustentabilidade, além de oferecer recursos para as empresas visualizarem oportunidades de melhoria. 

De acordo com Marcele, a tecnologia precisa ser uma aliada para lidar com os desafios da sustentabilidade. “Conversando com a Beatriz, foi possível ver que muitos dos nossos clientes estão engajados e têm uma estratégia de sustentabilidade. O grande desafio é como eu consigo tangibilizar isso em ações práticas e como conectar diferentes empresas.” 

Por isso ela destaca a importância da tecnologia. Com todos os dados, uma empresa vai conseguir ter mais insights, vai adequar seus KPIs e analisar mais rapidamente, tomando ações que possam corrigir a estratégia rapidamente. Assim, até o reporte das iniciativas de sustentabilidade ficam mais claros, simplificando a visão do mercado e da sociedade sobre a companhia.