Segundo relatório da AutoForecast Solutions (AFS), divulgados pelo site Autocar, a produção global de veículos este ano será 5% maior do que a registrada no mundo em 2022, somando cerca de 84 milhões de unidades. A Ásia-Pacífico alimentará 56% do mercado global.

Apesar da expansão, o documento indica que seguirão em 2023 os problemas na cadeia de suprimentos, sobretudo aqueles relacionados à baixa oferta de semicondutores no mercado. Tanto que Volkswagen e Toyota revisaram suas projeções para o ano por causa disso. A própria AFS estimou que, no ano passado, 1,25 milhão de carros deixaram de ser fabricados por causa dos problemas com chips.

Até setembro de 2022, as montadoras cortaram cerca de 3,16 milhões de veículos de seus cronogramas de fabricação. O volume se soma às 10,5 milhões de unidades que deixaram de ser feitas em 2021. 

Outro ponto é que, apesar da alta prevista para 2023, a produção de veículos ainda está longe de se recuperar completamente da pandemia, voltando ao patamar registrado em 2019, quando 92 milhões de veículos saíram das linhas de montagem mundo afora.

Na América do Norte, um dos maiores mercados do mundo, os estoques estão subindo. Nos últimos quatro meses de 2022, o armazenameno de veículos pré-vendidos cresceu 40% com o fornecimento de peças mais estável e o crescente medo de uma recessão. Mesmo assim, o estoque de veículos novos na região continua bem abaixo dos níveis pré-pandemia.

Com isso, a escassez no fornecimento de chips é o principal inimigo da indústria automotiva, no Brasil e no mundo. Desde o começo da pandemia, em 2020, todas as fabricantes instaladas no país já precisaram paralisar suas fábricas ao menos uma vez por causa da crise dos semicondutores.