Vitor Matsubara

A Tesla realizará um investimento bilionário para ampliar sua fábrica de baterias no Texas, nos Estados Unidos. Documentos do governo local mostram que a empresa aplicará US$ 775,7 milhões (ou aproximadamente R$ 4,07 bilhões) no local. Este será um dos maiores investimentos realizados pela empresa desde a construção da fábrica da Alemanha, que consumiu US$ 5,5 bilhões - ou mais de R$ 28 bilhões, em conversão direta.

O plano prevê a construção de cinco novas alas, incluindo uma destinada a testes de laboratório já batizada de "Cátodo".

Procurada pela reportagem da agência de notícias Reuters, a Tesla não se pronunciou. Os planos de expansão foram revelados dias após a promoção de Tom Zhu, chefe da Tesla na China, ao cargo de supervisor das fábricas da marca nos Estados Unidos. O executivo também cuida das operações de vendas na América do Norte e Europa.

Tesla tem desafios no mercado chinês

Atualmente avaliada como a montadora mais valiosa do mundo, a Tesla não escapou dos problemas de produção na China, decorrentes dos novos lockdowns realizados diante da escalada de casos de coronavírus. Além das fábricas no Texas, na China e na Alemanha, a Tesla mantém outra planta de baterias, no estado de Nevada, e uma linha de montagem em Fremont, na Califórnia.

De acordo com a Reuters, existe a possibilidade de a Tesla anunciar a construção de uma nova fábrica de baterias em Nuevo Leon, no México. O investimento inicial giraria em torno de US$ 800 milhões a US$ 1 bilhão.

Problemas com Autopilot

Os planos de expansão da empresa de Elon Musk vieram à tona quase ao mesmo tempo de um controverso acidente causado pelo sistema de condução semiautônoma Autopilot.

Imagens de câmeras de segurança da Ponte da Baía de São Francisco mostram que um Tesla branco entrou repentinamente na faixa de maior velocidade da via antes de frear bruscamente. A manobra, que foi executada enquanto o veículo estava no modo de "Auto Condução", resultou em um engavetamento envolvendo oito veículos.

Os vídeos foram obtidos junto a autoridades da Califórnia pelo site The Intercept.

O acidente resultou em nove pessoas feridas, incluindo uma criança de apenas dois anos, e causou o fechamento da via por mais de uma hora. O NHTSA, órgão responsável pela segurança viária nos Estados Unidos, está investigando o caso após o condutor do Tesla ter informado às autoridades que o veículo estava com o modo FSD (de "Full Self Driving") ativado na hora da colisão. 

Ironicamente, a batida aconteceu no mesmo dia em que Musk anunciou que a versão beta do FSD, que até então estava sendo testada em vias públicas pela Tesla, seria disponibilizada sob demanda a "qualquer cliente na América do Norte".