Insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas encerraram o ano com queda
Letras & Fatos Comunicação -
Crise na Europa afetou vendas externas; preços no Brasil devem se recuperar com estoques menores no mercado
As exportações de sucata ferrosa, insumo usado na composição de aço pelas usinas siderúrgicas, encerraram o ano com queda de 60% em dezembro de 2022 em relação ao mesmo mês de 2021 e de 27,5% no comparativo anual, indicando, ainda, fragilidade dos negócios no exterior em função da guerra na Ucrânia, paralisação de usinas, portos e redução das compras pelos países asiáticos.
Em dezembro, foram exportadas 21.553 toneladas, ante 54.170 toneladas em igual mês de 2021. De janeiro a dezembro de 2022, o total exportado alcançou 369.305 toneladas, em comparação a 509.355 toneladas no mesmo período de 2021, conforme dados divulgados pelo Ministério da Economia, Secex.
As vendas externas apresentaram instabilidade e forte declínio em alguns meses no ano de 2022, e a demanda fraca no mercado interno também não ajudou as empresas que comercializam a sucata ferrosa.
Segundo Clineu Alvarenga, presidente do Instituto Nacional da Reciclagem (Inesfa), órgão de classe que representa mais de 5,6 mil recicladores que reinserem insumos na cadeia produtiva, “a crise de energia na Europa, provocada pela guerra na Ucrânia, foi determinante para reduzir as exportações. Para agravar o quadro, também no Brasil a demanda e preços da sucata se mantiveram em baixa quase o ano todo”.
De acordo com S&P Global Platts, agência americana especializada em fornecer preços-referência e benchmarks para os mercados de commodities, neste início de ano o quadro tem se mostrado mais favorável. “Acreditamos que, a partir da terceira semana de janeiro, os preços vão melhorar gradativamente. Nossa estratégia de estocagem de material continua, disse um reciclador”.
Recicla+ reformulado
Em 1º de janeiro, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a revogação e revisão do programa Recicla+, instituído na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O programa consistia em um Certificado de Crédito de Reciclagem destinado à geração de notas fiscais de venda de recicláveis junto a entidades gestoras, que emitiam o crédito após verificação de lastro fiscal e material.
O programa, antes conhecido como Pró-Catador (no governo anterior de Lula), visava o desenvolvimento social e profissional dos catadores. Segundo fontes, a revogação do decreto ocorreu após conversas de Lula com os catadores na ExpoCatadores, em dezembro de 2022, promovida pela Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat), entre outras representações da classe dos catadores.
Um trader disse que a iniciativa de revisão da política foi vista como positiva pelo setor, já que o Recicla+ “foi formulado após ouvir apenas um lado, as indústrias”.
Contatos da assessoria
Email: mauroarbex@letrasefatos.com.br
marcelosoderi1966@gmail.com
Letras & Fatos Comunicação <sistemas@mailingimprensa.com.br>