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BMW produz modelos zero combustão no Brasil

Marca apresenta o i5, trará mais dois elétricos ao país em 2023 e acena que fábrica de Santa Catarina é flexível para outros tipos de propulsão


Fernando Miragaya, AB

No embalo do lançamento de mais um carro elétrico, a BMW deixa claro que a produção de modelos zero combustão no Brasil não é nenhum bicho papão. Trata-se de uma das muitas alternativas nos planos de eletrificação da marca alemã, que acaba de apresentar oficialmente o seu quinto EV no país.

Em entrevista à Automotive Business durante a estreia do i5, sedã-cupê elétrico que será vendido em duas versões no Brasil, Reiner Braun, CEO do BMW Group América Latina, ressaltou a vantagem competitiva da fábrica de Araquari (SC). E destacou sua flexibilidade para montar outros tipos de modelo.

Fábrica da BMW pronta para eletrificação

“A fábrica de Araquari foi desenhada para todas as variantes de motor, a combustão, híbrido e elétrico, e a demanda vai direcionar isso. Se vier demanda para mais EVs, a fábrica pode produzir carros elétricos”, garante o executivo.

Braun ressaltou que a unidade catarinense também abriga um centro de engenharia, especializado no desenvolvimento de softwares para  carros da BMW no mundo todo. “O Brasil tem muito talento e força em tecnologia. O Digital key tem desenvolvimento no país, assim como o My BMW e Mini App”, exemplifica.

Mais dois carros elétricos da BMW a caminho do Brasil

O CEO da BMW na região também confirmou a chegada, em 2023, de novos veículos elétricos para o mercado brasileiro. Um deles é o crossover iX1 e o outro é o i7, sedã grande de luxo e que será o topo da linha de EVs da marca alemã por aqui.

Com isso, a BMW vai romper o próximo ano com 10 modelos eletrificados (entre híbridos e zero combustão) - incluindo a marca Mini. 

Atualmente com 46% de participação entre as fabricantes premium do país, a BMW prevê que, até 2030, metade deste segmento de luxo seja de carros totalmente elétricos. Mesmo assim, a marca prefere não fazer projeções de market share a longo prazo.

“Estamos comprometidos em crescer com o portfólio que está para chegar nos próximos anos  Vejo no Brasil uma aceleração mais rápida do mercado de carros eletrificados, é o que mais cresce neste sentido na região. Mas o quanto vai crescer depende muito do ambiente dos próximos anos”, pondera Braun.

Capacidade de produção em Santa Catarina

De qualquer maneira, o aumento de produção da fábrica de Araquari é possível. Hoje, a unidade faz o sedã Série 3 e os SUVs X1, X3 e X4, e tem capacidade para montar até 32 mil veículos por ano. 

“Se a demanda crescer, temos como atender. Desde o começo nossas fábricas foram concebidas para serem flexíveis e isso é rápido”, avisa Braun.

Ao mesmo tempo, os planos de eletrificação da BMW para cá não preveem, pelo menos neste momento, o híbrido flex no qual muitas marcas generalistas apostam.

“A BMW acredita que, em nível mundial, o passo além da mobilidade elétrica que existe hoje é a célula de combustível. Ainda vai demorar, mas a gente já tem o iX5 Hydrogen sendo testado e o Brasil tem potencial de produzir o hidrogênio verde”, afirma o CEO.

Como anda o novo elétrico BMW i4?

Como o futuro da BMW - e de outras tantas marcas - é zero combustão, a companhia quer mostrar que ele pode ser de várias formas. Depois de trazer o futurista SUV iX, a fabricante alemã agora passa a vender no Brasil o i4, um carro elétrico que tem uma proposta bastante diferente.

Verdade que a reportagem dirigiu bem pouco o i4 no Circuito Pan Americano, a pista de testes da Pirelli no interior paulista, Foram só duas voltinhas em um trajeto travado por cones e com trechos propositalmente com pista molhada.

Mesmo assim, foi possível perceber que o sedã-cupê elétrico, em sua versão M50 - é o primeiro elétrico preparado pela divisão esportiva da BMW - não quer ser mais um na multidão. As acelerações fortes estão lá, graças aos descomunais 544 cv de potência e 80 kgfm de torque despejados nas quatro rodas do modelo.

Ou seja, as costas grudam no banco ao dar aquela pisada no acelerador e soltar o freio. E não dá para duvidar do 0 a 100 km/h prometido em 3,9 segundos. Porém, chama a atenção a desaceleração. Enquanto em boa parte dos EVs ao tirar o pé você parece estar aterrisando com um Boeing no Santos Dumont, no i4 essa desaceleração é mais suave, sem comprometer a regeneração de energia das baterias.

A perda de velocidade é mais gradual. Mesmo colocando no modo B do câmbio (também chamado de One Pedal, para maximizar essas desacelerações em prol das baterias), o carro não é brusco nestas situações. 

Ao mesmo tempo, tem aquele comportamento invejável nas curvas. Mesmo em altas velocidades, o nível de construção é excelente e o acerto mais firme do sedã-cupê garante diversão, mesmo em um trajeto tam travado e por tão pouco tempo.

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