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Somente 2% dos 82,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos são reciclados por ano

As empresas são peças-chave para atingir as metas de reciclagem e precisam contribuir com a agenda climática e outras práticas ESG


Somente 2% dos 82,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) são reciclados por ano no Brasil. Dados do Panorama Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais mostram que apenas uma pequena parcela de todos os resíduos produzidos em solo nacional passam pelo processo de reciclagem e, de acordo com a entidade, a projeção é chegar a 120 milhões em 2050.

“Esse número baixo de recuperação de resíduos é um problema, pois sobrecarrega os aterros sanitários, aumenta as emissões de gases do efeito estufa (GEE) e exige que mais matéria-prima seja retirada da natureza”, destaca Gabriel Barros, diretor do Grupo Ambiensys, empresa especializada na gestão global de resíduos e projetos técnicos ambientais ligados aos princípios ESG (práticas Ambientais, Sociais e de Governança, na sigla em inglês). “Por exemplo, 1 tonelada de alumínio reciclado evita a extração de 5 toneladas de minério”, alerta Barros. 

No Brasil, o principal componente dos RSU são os orgânicos, como sobras e perdas de alimentos, resíduos verdes e madeiras. Esse tipo de RSU representa 45,3% do total; mas apenas 0,2% dessa parcela é recuperada de alguma forma. Os recicláveis secos somam 33,6% da massa total, o que inclui plásticos, papel e papelão, vidros, metais e embalagens multicamadas, em que somente 2% desses RSU secos têm algum tipo de reaproveitamento. Somando tudo, pouco mais de 2% dos resíduos gerados é reciclável.

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares), com decreto de regulamentação editado em abril de 2022 pelo Governo Federal, prevê mudar a realidade e valorizar cada vez mais os RSU. Entre alguns dos desafios para o país, o Planares define a meta de reciclar ou recuperar 48,1% da massa total de resíduos sólidos urbanos até 2040. Uma meta ambiciosa para ser atingida nos próximos 18 anos. O caminho para isso ser atingido deve ser atingido com a ajuda de: 20% por meio de recuperação de materiais recicláveis, 13,5% com a massa total destinada para tratamento biológico e 14,6% correspondente à recuperação energética.

Como as empresas devem atuar na economia circular

O trajeto para isso ser atingido não depende somente da sociedade civil. As empresas têm um papel fundamental nesse processo, com o cumprimento das leis e a implementação da gestão de resíduos, que é o processo operacional de logística de coleta, transporte, destinação e controle do resíduo. 

“Os grandes geradores de resíduos precisam assumir sua responsabilidade. Eles contribuem para a diminuição da pressão sobre o sistema público de tratamento dos resíduos sólidos urbanos”, afirma Barros, citando um caso do Grupo Ambiensys, que em 2021 gerenciou mais de 60 mil toneladas de resíduos de seus clientes em todo o Brasil. “A nossa busca é fornecer soluções de destinação de resíduos, garantindo que o que foi descartado por nossos clientes seja devidamente coletado e destinado”. 

O diretor do Grupo Ambiensys defende que a responsabilidade empresarial precisa ir além da gestão dos resíduos, destacando que o desafio é diminuir ao máximo o descarte para aterro sanitário. Um caminho para isso é promover a economia circular, fazendo que o resíduo volte para a cadeia produtiva. 

“Um exemplo de processo que faz parte do funcionamento de uma economia circular é a logística reversa. Neste caso, a indústria recicladora garante que o material pós-consumo foi destinado para a reciclagem. A reciclagem, por sua vez, é o processo dentro da economia circular que garante que um produto se transforme em outro a partir de um processo físico-químico”, analisa. 

O resultado: menos emissões de gases-estufa

Os resíduos sólidos são, por natureza, fontes de emissão de gases de efeito estufa (GEE), muito pela relação com a produção e o consumo. Além disso, quando colocados em solo, sejam lixões ou aterros sanitários, a sua decomposição gera gás metano, que é um potente GEE.

Dados do Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) mostram que o setor de resíduos respondeu por 4% do total de emissões de gases de efeito estufa no Brasil. isso corresponde a 96 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente emitidas. O mesmo estudo indica que os meios de disposição final em solo são responsáveis por dois terços de emissões de todo o setor de resíduos. 

“Atendo a esse cenário, o Grupo Ambiensys oferece a seus clientes diversas soluções de valorização do resíduo, que ainda reduzem as emissões de carbono e contribuem para outros aspectos da agenda ESG”, finaliza Barros.


Manuella Tavares
manuella@v3com.com.br

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