O que esperar dos negócios da mobilidade no futuro
Automotive Business -
Diretores da Accenture e da 99 compartilharam no #ABX22 as transformações no setor que vieram para ficar
As mudanças no deslocamento das populações das grandes cidades brasileiras provocadas pela pandemia devem guiar o futuro da mobilidade. Foi sobre o que debateram profissionais do setor que participaram do #ABX22 - Automotive Business Experience, realizado no dia 8 de setembro e, em breve, disponível on-line.
Segundo Andrea Cardoso, diretora executiva para indústria automotiva da Accenture, o crescimento do uso de aplicativos como 99 e Uber durante e após o período mais grave da crise de covid-19 e o aumento do interesse dos investidores em negócios de compartilhamento de carros, como locadoras, exemplificam a transformação da mobilidade.
Dados da Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) apontam que empresas desse segmento como Movida e Localiza aumentaram em 85,4% o número de compras de veículos para aluguel no segundo trimestre deste ano. A frota de locados é estimada em 1,2 milhão em todo o país.
“É complexo definir exatamente qual é o futuro da mobilidade, mas a gente sabe que vai conter alguns elementos. A mobilidade será cada vez mais elétrica, nas suas variações, e compartilhada. Cada vez mais veremos também a lógica do uso em vez da posse”, avaliou a diretora.
Transporte por app mira na eletrificação
De olho nas tendências que devem guiar a mobilidade no futuro, a 99 – plataforma com 750 mil motoristas no Brasil – investiu em uma aliança com outras empresas que compõem o ecossistema de mobilidade para impulsionar a eletrificação.
“Na área de inovação, contamos com um aporte de R$ 250 milhões para os próximos três anos e R$ 100 milhões já para este ano justamente para acelerar a adoção de novas tecnologias que proporcionem o melhor custo operacional para o motorista”, explicou Fernando Pfeiffer, diretor de estratégia de DriverLAB da 99.
Parte do montante foi investido em um programa de desconto, em parceria com uma empresa de locação de veículos, para facilitar o acesso dos motoristas parceiros ao aluguel de carros elétricos.
“A parceria com a Movida é o nosso maior exemplo de inovação. Pegamos um produto para proporcionar ao motorista um aluguel em um valor que corresponde a 50% do que é praticado no mercado. Com o uso do carro elétrico, esse motorista aumenta sua lucratividade, visto que o carro elétrico reduz em 80% o custo com energia na comparação com o modelo à combustão. Além disso, é uma experiência completamente diferenciada para o usuário”, detalhou o diretor da 99.
Pilares para a mobilidade no futuro
As cartas das tendências para a mobilidade no futuro estão dadas, embora ainda não seja possível apontar um tipo de indústria ou de modelo de negócio. A diretora executiva para indústria automotiva da Accenture acrescentou que o mercado será liderado por empresas que melhor conduzirem quatro pilares: meio ambiente, cidadania, comunidade e cidades, e economia.
“Meio ambiente porque existe uma preocupação com a redução de emissões de carbono. Cidadania, pois as pessoas querem se movimentar com segurança, conforto, menor tempo e baixo custo. Comunidade e cidades é um pilar importante pela necessidade de menos congestionamento e espaço para armazenar os veículos e economia porque se discute simplificar impostos mas simplificar a mobilidade também é importante para o nosso PIB”, concluiu Andrea Cardoso.