Programa Renovar entrará na fase de credenciamento das empresas que farão o descarte dos veículos
Automotive Business -
Após sanção governamental, será iniciada a fase do programa de credenciamento das sucateadoras especializadas
Aprovado pelo Senado no início de agosto, o programa Renovar, de renovação de frotas de veículos pesados, agora entrará na fase de credenciamento das empresas que farão o descarte dos veículos. Segundo Margarete Gandini, coordenadora dos regimes automotivos dentro do Ministério da Economia, o Governo Federal almeja a adesão de companhias que tenham perfil diferente das usinas e sucateadoras que já atuam no mercado de reciclagem.
"Podemos avançar mais nesse sentido, indo em busca de empresas que sejam especialistas na reciclagem de veículos, que possam dar o destino certo para todos os tipos de componentes. Hoje temos as usinas e sucateadoras, que atuam com o descarte de vários tipos de produtos, mas queremos mais", disse Gandini à Automotive Business na quinta-feira, 18, durante o Simea 2022, realizado em São Paulo.
Poucas empresas de reciclagem para atuar no Programa Renovar
A coordenadora contou que o processo de credenciamento das empresas de reciclagem acontecerá tão logo ocorra a sanção presidencial ao texto do programa Renovar, o que deverá acontecer nos próximos dias. Ela reconheceu que ainda são poucas as empresas especializadas na reciclagem de veículos, mas que "existe uma grande oportunidade de se criar um novo mercado no país".
Um bom exemplo dessa oportunidade citada por Gandini é o desempenho comercial da Renova Ecopeças, que aumentou em 160% o seu faturamento em 2021, na comparação com o resultado registrado em 2020. A empresa desmonta 300 unidades/mês e vende as peças recuperadas no mercado a um preço que chega a ser 80% menor do que aquele de um componente novo.
Mais perguntas do que respostas
Durante o Simea 2022, a representante do Ministério da Economia afirmou que a indústria vive momento de transformação em termos de eficiência energética, e que estão sendo discutidos no momento os caminhos pelos quais seguirão as empresas do setor automotivo com produção local. A respeito do cenário, Margarete Gandini disse que "há mais perguntas do que respostas", e que cabe à indústria reunida respondê-las.
Uma destas questões trata das tecnologias que serão utilizadas no Brasil no sentido da descarbonização. O que se comenta em Brasília (DF), junto com montadoras e sistemistas, é que um conjunto delas deverá levar o país a um futuro de baixas emissões, como as propulsões híbridas que utilizam também o etanol. "O governo não produz carros. Ele apoia aquilo que é criado pela indústria a partir de projetos de pesquisa e desenvolvimento", falou Margarete Gandini.