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GM detalha plano estratégico para a próxima década

Em evento para investidores, empresa mostra como ganhará dinheiro vendendo assinaturas e atualizações de software


Em um evento com a cúpula da General Motors americana destinado aos investidores, a GM detalhou seu plano estratégico para a próxima década, no qual explica como pretende dobrar sua receita, e ainda aproveitou para revelar uma tecnologia que é fundamental para esse novo direcionamento: um sistema de direção autônoma que promete ser um dos mais avançados do mercado.

Batizado de Ultra Cruise, o novo sistema pretende ser tão eficiente que poderá ser usado tanto no trânsito urbano quanto no rodoviário, o que poderia colocá-lo acima do famoso Autopilot da Tesla, a referência atual do mercado. 

Segundo a empresa, ele permite que se possa tirar as mãos do volante em 95% das situações de uso em ruas e estradas asfaltadas nos EUA e Canadá. A promessa é que o Ultra Cruise deverá equipar os modelos mais sofisticados da montadora em 2023, podendo ser vendido à parte como um recurso opcional ou integrar veículos comerciais.

Novas empresas de serviços
Esse é só um dos movimentos que a GM vai fazer em direção ao aumento de lucratividade da empresa com novos serviços, muitos deles baseados em software, com destaque para as novas divisões, como a própria Cruise (direção autônoma), BrightDrop (entregas com veículos elétricos) e OnStar Insurance (seguros) – a companhia diz que no momento investe e gerencia 20 startups, de diferentes tamanhos e níveis de maturidade. 

Com o uso da nova plataforma de conectividade Ultifi, que permite atualizações remotas de sistemas ou a oferta de novos recursos, a montadora prevê que poderá vender assinaturas mensais ou pacotes de programas e serviços para uso nos veículos, que se tornarão uma fonte de receita hoje praticamente inexistente.

A GM está confiante que pode dobrar sua receita até 2030 e ainda aumentar suas margens EBITDA para algo entre 12% e 14% até o fim da década. Apenas com a Cruise, a expectativa é de gerar uma receita de US$ 50 bilhões por ano, enquanto a BrightDrop poderia alcançar US$ 10 bilhões. No total, serão US$ 80 bilhões anuais de receita suplementar com os novos negócios.

"Nossos primeiros investimentos nessas tendências transformaram a GM de montadora de veículos para uma empresa de plataformas de inovação, tendo os clientes no centro de tudo o que fazemos. A GM usará suas plataformas de hardware e software para inovar e melhorar a experiência diária do usuário, incluindo todos na jornada para um futuro totalmente elétrico", disse Mary Barra, CEO da GM.

Investimento de US$ 35 bi nos elétricos
Obviamente a venda de veículos continua sendo um pilar fundamental dentro da estratégia da empresa, mas com um peso cada vez maior para os modelos elétricos. Por isso, a GM espera que mais de 50% das suas fábricas nos EUA e na China tenham capacidade de produzir carros elétricos até 2030. 

Estão no planejamento um investimento de US$ 35 bilhões em veículos elétricos e autônomos até 2025 e o lançamento de 30 novos modelos elétricos no mundo. Como resultado, a expectativa é de que a receita gerada pela venda de elétricos suba dos US$ 10 bilhões previstos para 2023 para cerca de US$ 90 bilhões anuais até 2030, 

Silverado em versão EV
Outra novidade do evento foi a divulgação do primeiro teaser da versão elétrica da Silverado, o veículo mais vendido da empresa no mundo. A imagem revela que a picape terá um enorme teto de vidro panorâmico, além do recurso de quatro rodas esterçáveis. A GM também confirmou que o veículo será lançado na feira de tecnologia CES 2022, em Las Vegas (EUA), no dia 5 de janeiro de 2022.  

A nova versão Silverado é uma resposta tardia à Ford F-150 Lightning, tradicional arquirrival da picape da GM que teve sua versão elétrica lançada em maio e que é considerada um dos maiores sucessos do mercado americano: chegou a vender 20 mil unidades em 12 horas e 70 mil em uma semana.

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