Por melhor que seja retificada e corrigida, e visualmente mais lisa que se apresente uma superfície, não existe na natureza nenhuma superfície nesta condição, pois a própria construção da matéria pelos átomos vai impedir que qualquer material exista plano e perfeitamente liso sem nenhuma irregularidade.

Com a evolução dos automóveis, caminhões, trens e navios impulsionados por motores de combustão interna, movidos pela queima de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural, carvão mineral, etc), os projetistas dos motores aplicados nestes equipamentos de transporte necessitaram desenvolver sistemas de filtragem de combustíveis, ar e de lubrificação cada vez mais eficientes. Com o objetivo de retirar cada vez mais partículas dos motores, partículas geradas por contatos metálicos entre as peças móveis, por mais eficientes que possam parecer, os conjuntos motrizes, sempre ocorreram eventuais contatos metálicos, levando à remoção de pequenas partes metálicas.

O desenvolvimento dos sistemas de filtragem é necessário para remover estas pequenas partes metálicas em suspensão no lubrificante ou no combustível, para evitar que elas se convertam em abrasivos dos próprios componentes do motor, da mesma forma que os abrasivos externos podem ser carregados para dentro do motor através do ar admitido, ou do combustível que o motor recebera para a queima, para a conversão da energia química do combustível em energia mecânica.
No início, os sistemas de filtragem eram caixas fechadas com elementos montados em molduras, mas com o passar dos anos, estes sistemas foram compactados devido à redução do tamanho dos veículos, e isto levou à construção de filtros menores. Para o óleo do motor, os filtros passaram a ser montados em carcaças encapsuladas ou popularmente chamadas de blindadas.

A grande vantagem deste tipo de filtro é a facilidade de substituição. Porém, por serem blindados, não é possível esgotar todo seu lubrificante antes do descarte para reciclagem, além da quantidade e diversidade de materiais aplicados na fabricação de um filtro, isso cria um impacto muito grande com o meio ambiente no momento do descarte do filtro e do óleo.
Para minimizar este problema, foram desenvolvidos filtros comercialmente chamados de ecológicos. O nome vem do processo de fabricação, pois são utilizados somente papel e plástico, sem adesivos, o que garante um descarte com maior facilidade. Por esta condição de processo de fabricação, ele recebe a designação ecológica.
Um filtro convencional blindado tem carcaça em um tipo de aço, base em outro tipo, tubo interno e válvulas em outro etc, e todos estes materiais diferentes unidos por processos de recravagem ou colados com adesivos com formulações complexas, que não permitem a incineração dos mesmos com facilidade.
Em um filtro ecológico, o papel é fundido diretamente na base plástica, dispensando o adesivo e garantindo, com isto, que o incinerador queime o filtro diretamente para reaproveitamento energético, sem a necessidade de equipamentos adicionais de controle de emissão. Neste caso ele irá se comportar na queima como um combustível à base de carbono similar a óleo BPF de caldeira, carvão vegetal ou mineral ou outro combustível fóssil similar.

Outra vantagem dos filtros ecológicos em relação às versões de filtros blindados é a possibilidade de executar um projeto de carcaça mais aprimorada, incorporando controles de pressão e vazão de lubrificante ou combustível de maior precisão e com comunicação com o sistema de gerenciamento do motor. Com isso, há melhora do desempenho do motor para o qual o sistema de filtragem ecológico foi desenvolvido, opção esta inexistente para as versões de motores montados com filtros blindados.

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