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Água de qualidade para fabricar cosméticos evita contaminações

Desde a Resolução da Anvisa RDC nº 48, de 25 de outubro de 2013, que substituiu a Portaria da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, SVS nº 348/97, a qualidade da água utilizada em todas as etapas do processo de produção de cosméticos


Água de qualidade para fabricar cosméticos evita contaminações

Desde a Resolução da Anvisa RDC nº 48, de 25 de outubro de 2013, que substituiu a Portaria da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, SVS 
nº 348/97, a qualidade da água utilizada em todas as etapas do processo de produção de cosméticos mudou. A mudança relaciona-se às exigências sobre a qualidade da água como matéria-prima para estes produtos e suas etapas de processo e produção. A Resolução sustenta que a produção de cosméticos deve ser feita com água, no mínimo, potável. Porém, desde muito antes desta publicação, existe um consenso geral de boas práticas de fabricação de que este não é o tipo de ideal de água para estes tipos de produtos.  
“A grande quantidade de sais presentes na água potável, principalmente íons, que podem ser oxidados e precipitados — como ferro e outros metais —, e que alteram aparência, viscosidade e emulsão sugere aos fabricantes que o melhor caminho é o uso de água purificada” – afirma Rogério Mendes Couto, gerente de negócios responsável comercial pela divisão de tratamento de Água ETAG da Gehaka com experiência em purificação de água, validação e qualificação de sistemas para as indústrias farmacêutica e cosmética. 
Embora sejam águas potáveis não significa que elas sejam próprias para a indústria de cosméticos, que possui outros padrões mínimos de qualidade. “As indústrias de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes têm alguns requisitos de qualidade de água, muitas vezes, mais exigentes do que os estabelecidos para potabilidade” – afirma a mestre em qualidade da água subterrânea e contaminação microbiológica e doutora em tratamento de água e efluentes pela Faculdade de Saúde Pública da USP Dra. Belinda de Cássia Manfredini Silva, que é consultora técnica do Hidrolabor Laboratório de Controle de Qualidade com experiência em validação de equipamentos de tratamento de água para indústrias farmacêuticas e cosméticas. 
Dra. Belinda cita que um creme facial não pode conter metais, como o Ferro, enquanto a Portaria de Consolidação do Ministério da Saúde nº 5, de 28 de setembro de 2017, anexo XX, definiu um limite máximo de Ferro dissolvido de 0,1mg/litro de água para consumo humano.
Ela explica o motivo desta exigência e requisitos de qualidade da água. “Os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria são produzidos com água de forma direta na composição ou indireta na limpeza dos equipamentos e ambientes, podendo contaminar o produto com microrganismos ou substâncias indesejáveis, o que compromete sua qualidade e coloca em risco seus consumidores” – discorre.
Os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes entram em contato direto com a pele da face e corporal, os olhos, o couro cabeludo e as mucosas genitais de adultos ou crianças. “São áreas sensíveis permeáveis com muitos poros, aberturas dos bulbos pilosos e capilares, cortes e fissuras por onde penetram compostos complexos, microrganismos, substâncias químicas, minerais e metais nas camadas mais profundas da derme e outros tecidos, órgãos e sistemas, via sistema circulatório e sendo distribuídas por todas as células do organismo” – esclarece. 
Segundo ela, alguns contaminantes são extremamente tóxicos, mutagênicos, carcinogênicos ou teratogênicos e podem causar morte celular, irritabilidade de tecidos, alteração de código genético, desde a má formação do feto, em casos de gestação.
Por esses motivos, são implantados nas empresas do segmento sistemas e processos avançados de tratamento de água que removem sais minerais, partículas sólidas e microrganismos. Mas não é qualquer equipamento ou sistema que garante a qualidade da água e atende às exigências e aos requisitos das empresas de produtos de higiene e cosméticos. “Os equipamentos podem ser de alta tecnologia, no entanto, falhas na instalação, na operação e manutenções reduzem sua eficácia, gerando uma água de má qualidade, o que compromete os produtos” – adverte Dra. Belinda.
O maior risco para a saúde humana seria uma contaminação microbiológica no cosmético. “Por isso, a legislação fala claramente em atender pelo menos os requisitos microbiológicos de uma água potável. A desmineralização da água para uso em cosméticos faz com que a qualidade do produto final aumente, com maior estabilidade e maior prazo de validade” – explica Angelo Krieger, diretor técnico da Permution.

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A RDC nº 48/13 indica o uso de água no mínimo potável no preparo de cosméticos,  adequada à ingestão humana e que não causa nenhum problema ao meio ambiente. “Os componentes em dosagens apropriadas e presentes na água de consumo não fazem mal à saúde, mas, em alguns casos, prejudicam a qualidade final dos cosméticos em suas formulações, e é por este motivo que se recomenda a utilização de água pura” – ressalta Couto, da Gehaka.
A água é uma das principais matérias-primas utilizadas na indústria cosmética. Tanto como emulsificantes em cremes e loções quanto para formular os produtos, principalmente os de contato direto: maquiagem, demaquilantes, sabonetes, lenços umedecidos etc. 
E também nos processos de contato indireto: limpeza de equipamentos, tubulações, utensílios e suas esterilizações.

Melhora da qualidade 
A Resolução da Anvisa RDC nº 48/2013 estabeleceu e formalizou as Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes com critérios para a segurança do produto e dos consumidores. 
Dra. Belinda cita uma delas, expressa no Artigo 4º, Parágrafo 3º, que declara:
 “...para os sistemas, métodos ou equipamentos adquiridos a partir da data de publicação desta instrução normativa, a validação deverá ser realizada antes do seu uso rotineiro.” 
A regulamentação das Boas Práticas e a validação dos sistemas de tratamento de água, um dos requisitos definidos pela Resolução, trouxeram segurança aos consumidores e elevaram o padrão de qualidade dos produtos. “As boas práticas aliadas à fiscalização das empresas e de seus sistemas de qualidade colaboraram para a fabricação de produtos cada vez mais seguros, confiáveis e de qualidade” – assegura Dra. Belinda.
Houve a melhora quando a RDC nº 48 requisitou que a água para fabricar cosméticos fosse validada. Segundo Couto, da Gehaka, o conceito de validação direcionou os fabricantes de cosméticos a investirem em tecnologias mais modernas e robustas, tais como a osmose reversa combinada com eletrodeionização, sistemas sanitários em inox 316L, com controle da qualidade on-line do tipo TOC e condutividade e sanitização térmica – limpeza com água quente. “Tudo para atingir processos de purificação mais confiáveis a longo prazo que fornecessem água com qualidade constante” – diz.
Com a RDC nº 48/13, mudou a forma do usuário perceber a qualidade da água, principalmente de validação. “Um outro ponto foi entender que quem define a qualidade da água é o usuário, desde que tenha qualidade microbiológica” – salienta o engenheiro químico Sebastião Donizetti Gonçalves, diretor técnico/comercial da ProServ Química.

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Krieger, da Permution, cita o subitem 13.2 da RDC nº 48/13, que menciona: 
“A empresa deve definir claramente as especificações físico-químicas e microbiológicas da água utilizada na fabricação dos produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, devendo atender, no mínimo, aos padrões microbiológicos de potabilidade.” 
Segundo Krieger, as empresas podem escolher qual norma querem seguir desde que o padrão mínimo de qualidade seja o microbiológico de uma água potável. De acordo com ele, os clientes têm seguido a Farmacopeia Brasileira 6ª Edição Tipo Água Purificada e outros a Farmacopeia Britânica, que tem tolerância maior para a condutividade da água desmineralizada. “Na prática, há mais de uma qualidade de água possível para a produção de cosméticos” – diz. 

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Outro detalhe apontado pelo diretor técnico da Permution se refere aos subitens 13.8 e 13.9 da legislação que diz, respectivamente: 
“A circulação da água deve ser efetuada por tubulação ou outro meio que ofereça segurança quanto à manutenção dos padrões estabelecidos de qualidade da água.” 
“No caso de armazenamento da água, devem existir dispositivos ou tratamentos que evitem a contaminação microbiológica.” 
“O cliente deve implantar um looping com uma lâmpada UV, equipamento mais recomendado para garantir a microbiologia da água desmineralizada armazenada e em recirculação. O uso do gás ozônio na rotina de descontaminação e manutenção do anel de recirculação, reservatório e bomba é uma boa prática para as indústrias de cosméticos. É um método eficiente, confiável e de fácil implantação, além de baixo custo de manutenção” – ressalta Krieger. 
Por meio do regulamento técnico, a potabilidade das fontes de abastecimento foi limitada para controlar contaminantes físico-químicos e microbiológicos, como a concentração máxima de bactérias. “A linha de processo de cosméticos obteve diversas melhorias em seus padrões de fabricação, com foco na avaliação do risco e no fortalecimento do gerenciamento da qualidade” – avalia Verena Fernandes, gerente de desenvolvimento de negócios da Veolia.
Houve melhoria na padronização dos processos quanto aos requisitos mínimos exigidos a serem cumpridos na fabricação, embalagem, armazenamento e controle de qualidade dos produtos. “As vantagens referem-se à excelência nos procedimentos de garantia de qualidade, ou seja, o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) dentro da corporação, como também na validação das atividades produtivas e na higienização de máquinas ou utensílios”  – analisa Verena.

Contaminações
A preocupação com as contaminações de microrganismos sempre foi grande no controle de qualidade. “Uma água contaminada com microrganismos vai estragar os produtos e, muitas vezes, isso acontecia na prateleira das lojas ou mercados” – relata Krieger. 
A contaminação ocorre quando entram na matéria-prima, nos subprodutos e no produto acabado em qualquer fase do processo de fabricação: impurezas físicas – partículas e sujidades; químicas – substâncias diversas; e microbiológicas – bactérias, fungos, vírus e protozoários. “Tais impurezas alteram as características do produto, reduzem seu tempo de vida útil ou modificam suas especificações. Esse produto contaminado oferece risco aos seus usuários, em especial, às pessoas alérgicas ou de pele sensível” – esclarece Dra. Belinda.
Antes do Regulamento Técnico de Boas Práticas, constatava-se por meio dos ensaios feitos no laboratório Hidrolabor que a água bruta continha tais impurezas e os produtos acabados também, mas não havia controle de qualidade nas empresas ou dos processos para inibir ou eliminar a contaminação. “Muitos produtos comercializados anteriormente sofriam alterações em suas características e mudavam de cor, odor e textura mesmo antes de abertos e utilizados pelos consumidores” – relata. 
“Outras vezes continham microrganismos ou compostos químicos que provocavam alergias, irritações, coceiras, dermatites e micoses, colocando os consumidores em risco” – conta Dra. Belinda. Ela cita o exemplo de um creme facial que originalmente possuía coloração branca poderia aparentar tons amarelados ou escuros quando o consumidor abria o produto pela primeira vez. A alteração ocorreu enquanto o produto estava nos pontos de distribuição e venda. Por este motivo, realiza-se o ensaio de estabilidade do produto. Outros produtos adquiriam odor desagradável, resultante da contaminação microbiológica, principalmente os produtos que continham compostos orgânicos naturais, nutrientes para os microrganismos. 
Houve melhora sensível na qualidade microbiológica. “É raro ouvirmos falar de problemas de qualidade da água. Devido à evolução dos cosméticos para orgânicos e naturais, os produtos estão mais sensíveis à contaminação” – diz Gonçalves, da ProServ.

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Sempre que se melhoram os insumos de uma linha de cosméticos, a qualidade final dos produtos também melhora. “Sua vida de prateleira é superior, sua estabilidade é muito mais confiável e os riscos de um possível recall são mitigados” – explica Krieger.
Antes de 2013, a qualidade para se produzir um cosmético era menos restritiva. “A maioria das indústrias do segmento trabalhava com água até 10,0 µS/cm de condutividade, algumas com até 5,0 µS/cm e outras nem controlavam a condutividade da água” – conta o diretor técnico da Permution.

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Contaminantes
São muitos os contaminantes prejudiciais à fabricação de cosméticos. “Alguns são mais indesejáveis, como o ferro na forma solúvel. Ao entrarem em contato com agentes redutores, algumas matérias-primas, por exemplo, formam precipitados e alteram a aparência dos produtos” – explica Couto, da Gehaka.
“Já os compostos alcalinos mudam a solubilidade de alguns agentes químicos, alterando o pH da água e a coloração” – diz. Além dos sais dissolvidos em alta concentração, que demandam processo de fabricação cuidadoso em produtos que dependem da viscosidade final para a sua formulação.
Purificar ou desmineralizar a água para a indústria de cosméticos sempre foi uma necessidade para que suas formulações sejam estáveis. “Uma água potável já está tomada parcialmente de outros sais e isso compete com a maioria das fórmulas, gerando um produto final instável que pode se separar facilmente em duas fases, o que não é desejável” – salienta Krieger, da Permution. 
De acordo com a RDC 48/2013, quem define a qualidade da água é o usuário. Esta água deve ser de qualidade microbiológica. O que não significa que não é preciso ter uma água desmineralizada com condutividades baixas para se fazer cosméticos. “Há muitas indústrias que se preocupam com a qualidade microbiológica e não têm sistema de osmose nem de água desmineralizada. Uma vez que a água deve ser potável para uso na indústria, isto satisfaz, ou seja, os teores de impurezas da água potável, tratada, não comprometem a formulação a ser feita” – esclarece Gonçalves, da ProServ.
Principais contaminantes nas águas superficiais e subterrâneas:  
Microrganismos –
bactérias, vírus e protozoários –, compostos químicos orgânicos de águas superficiais e contaminantes químicos, como defensivos agrícolas, efluentes da pecuária, derivados de petróleo, produtos secundários de desinfecção, metais, efluentes sanitários e industriais lançados nos corpos d´água ou infiltrados no solo, entre outros.
Principais contaminantes ainda presentes nas águas tratadas pelas Estações de Tratamento de Água: 
As ETAs não foram dimensionadas para remover esses compostos complexos e diversificados: microrganismos resistentes ao cloro (Cryptosporidium sp. Giardia sp. e vírus), hormônios, subprodutos dos medicamentos, como os antibióticos etc. Na produção de cosméticos, estes compostos devem ser totalmente eliminados para fornecer aos seus consumidores produtos seguros que não causem alergias e irritações cutâneas ou sofram depreciação.
Fonte: Hidrolabor.

Combinados e integrados
A Farmacopeia Brasileira contém métodos e padrões que especificam as características de águas purificadas, água reagente, água para injetáveis e outras. “Os sistemas de tratamento para água potável podem ser considerados simples quando comparados com os métodos, processos unitários e sistemas adotados em águas para fins industriais” – afirma Dra. Belinda. 
O uso de tecnologias combinadas de purificação, como a osmose (físico-química) com eletrodeionização (eletroquímica) foi um grande avanço. “Esta receita, usada pela Gehaka há muitos anos, confere à água aspecto de hiperdessalinização, com a vantagem de ser um trabalho limpo, sem uso de químicos na regeneração, e validável, porque obtém grandes volumes de água sem paradas para substituir resinas saturadas e sem sazonalidade na qualidade final do produto” – conta o gerente de negócios.

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Hoje, adquirem-se sistemas integrados com o supervisório da fábrica, muita automação e compartilhamento de dados entre os equipamentos, o Planejamento e Controle de Produção (PCP) e o Controle de Qualidade (CQ) dos clientes e monitoramento remoto via 4G. “Muitas empresas estão querendo equipamentos total inox sanitário para produzir água para cosméticos, lâmpadas UVs tanto na saída da osmose reversa quanto no looping e gerador de ozônio para sanitização do tanque e looping para atender à Indústria 4.0” – ressalta Krieger, da Permution.
Duas grandes tecnologias de tratamento de água, tanto a osmose reversa quanto as resinas de trocas iônicas atendem ao mercado de cosméticos com automação e são fáceis de utilizar. “O que precisa evoluir mais é no controle microbiológico, que até o momento não foi possível automatizar” – diz Gonçalves, da ProServ.

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Padrões e limites 
“O padrão Água Purificada é adotado por algumas empresas como o ideal de qualidade ou o mínimo para produzir cosméticos e produtos de higiene pessoal, seja como matéria-prima, lavagem de equipamentos e controle de qualidade. Mas alguns compostos da água usada de matéria-prima poderão reagir com os constituintes dos produtos, alterando sua qualidade, reprovando no controle de qualidade ou colocando os consumidores em risco, quando aprovados” – alerta Dra Belinda.
De acordo com exemplos citados pela consultora técnica do laboratório Hidrolabor, a Farmacopeia Brasileira estabeleceu um padrão de condutividade para água purificada de até 1,3 microSiemens/cm a 25ºC, enquanto uma marca conhecida de creme facial produzido no Brasil adota inferior a 0,2 microSiemens/cm a 25ºC. 
Na RDC nº 481/99, que define os padrões microbiológicos para produtos de higiene, cosméticos, produtos infantis e aplicação ao redor dos olhos de adultos (Produtos Tipo I), há um limite de 100 (Produto Tipo I) a 5.000 UFC*/grama de produto ou mL (Produto Tipo II), além de ausência de coliformes totais e termotolerantes, de Pseudomonas aeruginosa e de clostrídios sulfito redutores/g ou mL. 
Para atingir limites tão baixos, é preciso tecnologia e desenvolvimento de pesquisas sérias em sistemas de tratamento de água, seja por filtração, abrandamento, desmineralização, nanofiltração, osmose reversa, ozonização e UV. “As indústrias farmacêuticas e cosmecêuticas2 mostraram suas necessidades e expectativas e, de outro lado, as engenharias e a química apresentaram respostas a esse grande desafio, projetando novos e avançados equipamentos” – observa Dra. Belinda.

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Dra. Belinda elenca a evolução nos sistemas e equipamentos por meio da:
• Automação; 
• Redução das perdas de água; 
• Displays inteligentes; 
• Otimização dos processos de retrolavagem ou regeneração; 
• Menor ocupação de espaços; 
• Conexão e integração a outros sistemas de água; 
• Facilidades operacionais; 
• Baixos custos de reparos e substituições de peças que se desgastam em contato com a água, por exemplo, anéis de vedação; 
• Eletrodos para automonitoramento ligado à rede de medição; 
• Inteligência Artificial (AI); 
• Segurança operacional; 
• Garantia da qualidade da água produzida.

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Tratamentos
“Um processo convencional e eficiente para tratar a água de uso em cosméticos é combinar um pré-tratamento, com filtro de particulados, como de areia ou polipropileno, seguidos de filtros de carvão ativado para retirar o cloro e depois a osmose reversa de passo simples e polimento por eletrodeionização” – explica Couto, da Gehaka. 
Nos últimos anos, houve um grande número de empresas de cosméticos que desejaram validar suas máquinas de purificação de água — como ocorre nas empresas farmacêuticas, área que tem regulamentos mais confiáveis para a construção de projetos desse tipo. A Gehaka, então, acrescentou à etapa de pré-tratamento mais uma estrutura de polimento final toda construída em aço inoxidável 316L, sanitização com água quente e membranas de baixa pressão, além do TOC constante e em linha que monitora a qualidade e eficiência. O que atende à produção de água para uso em cosméticos e farmacêutico.

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Os sistemas de tratamento de água para consumo humano removem partículas sólidas e microrganismos e os fabricantes de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes dão continuidade a este tratamento. “Eles adaptam a água potável para uma água purificada e própria para ser incorporada ao produto ou utilizada com segurança na limpeza e desinfecção de equipamentos, reservatórios e ambientes da produção” – explana Dra. Belinda. 
Sequência básica de tratamento citada por Dra. Belinda para obter água própria para fabricar produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes:
1) Recebe águas da rede municipal e armazena em caixas d´água.
2) Sistema de tratamento de água purificada:
• Filtração com leito misto, carvão ativado e areia: remove partículas e cloro residual livre e elimina matéria orgânica;
• Abrandamento: remove íons positivos, como cálcio e magnésio (partículas com cargas elétricas positivas ou cátions);
• Desmineralização: remove íons positivos (cátions) e negativos (ânions), eliminando cálcio, magnésio, ferro e sílica;
• Nanofiltração ou Ultrafiltração; 
• Osmose reversa: elimina sólidos dissolvidos e partículas microscópicas, incluindo microrganismos.
3) Desinfecção ou esterilização: luz ultravioleta ou ozonização elimina  microrganismos que ainda estejam presentes na água.
4) Reserva em tanques de aço inoxidável protegidos para evitar contaminação por substâncias químicas e microrganismos.
5) Distribuição de água na sala da produção por tubulação de aço inoxidável.
6) Todo o sistema passa por validação, conforme a RDC nº 48/2013.
Krieger, da Permution, expõe sequência de tecnologias robustas para atender à legislação mais exigente, a Farmacopeia Brasileira 6ª Edição Tipo Água Purificada: filtro de zeólito, dosagens químicas de soda cáustica e metabissulfito de sódio, filtro de profundidade de 5,0 µm, membranas de osmose reversa duplo passo e lâmpada UV. 
“A cloração é muito importante para que o sistema não possua biofilmes em sua superfície e tenha excelente qualidade microbiológica, o que o protegerá de microrganismos. Outro ponto importante é o ‘looping’ da água no sistema, que nunca estará parada, e água em movimento dificulta a formação do biofilme” – discorre Gonçalves.

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Conforme o diretor da ProServ, por ordem, o primeiro filtro do sistema deve ter 2 ou 1 micra de celulose para segurar materiais em suspensão. Depois, vem um filtro de carvão ativo com prata coloidal para degradar o cloro e dificultar a formação de biofilme. Muitas indústrias adicionam o sulfito para degradar o cloro, o que aumenta as partículas e condutividade. 
Após o carvão ativo, pode-se adicionar osmose reversa de duplo passe ou, então, resinas catiônicas e aniônicas ou leito misto (catiônica + aniônica), que pode ser automatizado. Depois das resinas, é recomendado filtro microbiológico de 0,2 micra, seguido de lâmpada UV. No caso de osmose reversa, só a adição de lâmpada UV. 

Escolha
As fabricantes de produtos de higiene e cosméticos, muitas vezes, têm dificuldade de escolher o tipo de equipamento que deve adotar, o que depende da qualidade interna e especificações de seus produtos. Quanto mais exigente essa qualidade, melhor deverá ser a tecnologia do tratamento de água. “Os resultados das análises físico-químicas e microbiológicas da água bruta, a vazão e os critérios e parâmetros necessários na produção serão determinantes para selecionar o sistema e os processos unitários ou combinados adequados para atender às especificidades da água a ser incorporada no produto a ser fabricado” – explica Dra. Belinda.

Cuidados
Equipamentos de filtração automatizados de alta tecnologia precisam de cuidados para que tenham sua vida útil prolongada e a correta operação é que define seu grau de eficiência e eficácia:
• Local de instalação: normalmente, os equipamentos de grande porte são instalados na área externa da empresa, sem cobertura ou proteção. As intempéries podem danificar seu casco, os pontos de fixação no solo ou a caixa de energia, de modo, às vezes, irreversível. Um equipamento de alta tecnologia deve ficar em local protegido com instalação elétrica adequada.
• Troca dos elementos filtrantes e membranas: todos saturam com o passar do tempo e a filtração perde sua eficácia. É preciso monitorar seu funcionamento e fazer a retrolavagem e a troca de meios filtrantes, resinas ou membranas.
Pré-filtração anterior à nano, ultrafiltração e osmose reversa: removem partículas extremamente pequenas, sendo preciso pré-filtração para remover partículas grosseiras e preservar o equipamento e as membranas. 


Contato das empresas
Gehaka:
www.gehaka.com.br
Hidrolabor: www.hidrolabor.com.br
Permution: www.permution.com.br
ProServ Química: www.proservquimica.com.br
Veolia: www.veolia.com
 

Referências bibliográficas  

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução – RDC n° 48, de 20 de outubro de 2013. Boas Práticas de fabricação para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Brasília: Anvisa, 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução – RDC n° 17, de 16 de abril de 2010. Boas práticas para a fabricação e controle de produtos farmacêuticos. Brasília: Anvisa, 2010.

BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução – RDC n° 481, de 23 de setembro de 1999. Estabelece os parâmetros de controle microbiológico para os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. Brasília: Anvisa, 1999.

SCHNEIDER, R. P.; TSUTIYA, M. T. Membranas filtrantes para o tratamento de água, esgoto e água de reúso. São Paulo: Associação Brasileira de Engenharia Sanitária, 2001.

OBS.:

* UFC: Unidade Formadora de Colônia.

1 União entre cosméticos e produtos farmacêuticos, na formulação, princípios ativos que penetram nas camadas mais profundas e melhoram a condição da pele.

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