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Participação dos filtros ecológicos no mix de negócios dos fabricantes chega a 20%

Antes da tecnologia ecológica, prevalecia a tecnologia filtrante automotiva de estruturas metálicas, conhecida como spin-on, ou seja, componentes, canecas, tampas e válvulas nas estruturas de aço. Os filtros ecológicos não têm estruturas metálicas 


Participação dos filtros ecológicos no mix de negócios dos fabricantes chega a 20%
 
 
Antes da tecnologia ecológica, prevalecia a tecnologia filtrante automotiva de estruturas metálicas, conhecida como spin-on, ou seja, componentes, canecas, tampas e válvulas nas estruturas de aço. Os filtros ecológicos não têm estruturas metálicas, o que evita a reação de contaminantes de aço e lubrificantes e emite menos gases nocivos ao meio ambiente. "Essa evolução é necessária pelo avanço dos motores Euro, que são projetados com fundição de alumínio para emitir menos gases poluentes e CO2. A estrutura é acoplada ao motor do veículo, seu acoplamento – local de montagem – dos elementos filtrantes é alumino, evitando alto índice de CO2" – ressalta Rafael Cardoso, gerente regional de vendas da Sogefi Filtration do Brasil. 
Após a manutenção, os filtros ecológicos reduzem a quantidade de material contaminado a ser descartado. Em vez de carcaças metálicas como os filtros blindados (spin-on), utilizam os elementos filtrantes em cartucho que consistem de uma mídia filtrante de celulose ou sintética, tampa e fundos plásticos. "Eles são unidos à mídia filtrante pelo processo de termofusão, fazendo com que o produto possa interagir com os fluidos do motor e contaminantes. Esse circuito garante desempenho por sua alta eficiência de filtragem, retenção de partículas e excelente resistência à pressão" – explica Pedro Henrique Almeida, gerente aftermarket América do Sul da UFI Filters do Brasil. O filtro ecológico é construído apenas com elemento filtrante plissado e fundido direto na tampa plástica. Após o uso do elemento ecológico, ele pode ser incinerado, ação que não contamina o solo nem emite gases tóxicos no meio ambiente. O polímero plástico – náilon e polipropileno – segue para ser reciclado.
 


Aplicações dos filtros ecológicos:
1. Combustível;
2. Separador de água;
3. Arla 32;
4. Óleo lubrificante;
5. Hidráulico;
6. Desumidificador do sistema de freios.

Nas linhas:
Leve: automóveis e utilitários;
Pesada: caminhões e ônibus;
Off-road;
Máquinas e equipamentos.
Fontes: Parker e Filtros Turbo.

 
 
Avanços da linha
Ocorreram vários avanços nesta linha de filtros ecológicos. Hoje, os filtros são fabricados com o processo de Termofusão, no qual não se usa nenhum tipo de aderente químico ou adesivo plástico. "Esse processo melhora o desempenho dos filtros, como área filtrante, eficiência e a aparência, que fica muito mais impactante para o mercado. Na questão ecológica, o descarte de resíduos químicos é totalmente reduzido para o meio ambiente. Ou seja, a matéria-prima papel e derivados do plástico podem ser reutilizados em alguns segmentos de reciclagens" – compara Leandro Degasperi, do marketing da Filtros Turbo.
"Os filtros ecológicos fazem parte de um processo de desenvolvimento da engenharia ao buscar melhorar a performance dos equipamentos em eficiência de filtragem e extensão de troca com intervalos de serviço maiores. Estes filtros permitiram reduzir peso e acessibilidade de manutenção com projetos integrados ao motor desde sua concepção com redução de custo sem impacto ao meio ambiente em relação a seu descarte por não ter conteúdo metálico em sua construção" – analisa Bernardo Salles, engenheiro de aplicações e vendas da Cummins. Além disso, segundo ele, a integração entre engenharia do OEM e a engenharia dos fabricantes de filtros propiciou inovar em módulos de filtragem de combustível e óleo de lubrificante dedicados e integrados aos propulsores.
"Muitas pessoas não sabem, mas o filtro Arla 32 é um filtro ecológico. Dispensa o uso de várias matérias-primas e componentes: carcaça em chapa, tampa metálica, válvula e adesivos que seriam descartados na natureza. Como é facilmente prensado, permite reaproveitar completamente o óleo lubrificante ou óleo combustível impregnado no elemento filtrante. Posteriormente, é incinerado, sem que haja a contaminação do solo e a emissão de gases tóxicos no meio ambiente" – explica Diogo Rocha, supervisor técnico da Wega Motors.
Dimensionar corretamente os cartuchos permite alcançar os mais altos níveis de eficiência na filtragem e previne a saturação e até o entupimento do filtro prematuramente. "O cumprimento das metas estabelecidas pelas regulamentações ambientais também é obtido pelo design de módulos ‘verdes’ ou ecológicos para reduzir o impacto ambiental e a integração de múltiplas funções dentro do módulo filtrante, além de diminuir as dimensões e os pesos dos motores" – destaca Almeida. 
O DFM, mídia filtrante ecológica patenteada pela UFI Filters, é composta por fibras sintéticas que podem interagir com a fuligem e o biodiesel. A empresa investe anualmente 5% do seu faturamento em P&D, o que permite a ela inovar no uso desta tecnologia, como, por exemplo, o Multitube – filtro do ar apresentado na Automec 2019.
 
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Montadoras conscientes
"Existe um apelo ambiental muito forte e a tendência é que os filtros ecológicos automotivos avancem cada vez mais no Brasil. Na Europa, por exemplo, encontra-se bem evoluído, o que mostra a preocupação da indústria em oferecer soluções ecológicas" – aponta Almeida. A UFI Filters, junto com seu Centro de Pesquisa e Inovação, está avançando cada vez mais nessa direção.
O volume de vendas de filtros ecológicos está aumentando. "Acredito que todas as fábricas irão se adequar a esse apelo ecológico por norma e para não perder competitividade" – afirma Baúte. Há aumento de concorrentes e portfólio, porém, sem quantificar volume. "Há uma tendência devido ao apelo ecológico que fabricantes trabalhem nessa linha do não uso de materiais contaminantes, exemplo: cola, metal etc." – avalia Djalma Baúte, gerente-geral da PoliFiltro, que atua na logística integrada como distribuidor. 
Por exigência das montadoras, este mercado cresce devido às facilidades deste tipo de projeto com descarte, peso embarcado e transporte. "O produto tem  tendência de crescer cada vez mais no mercado devido ao apelo ecológico, que é o objetivo de toda a montadora consciente" – afirma Roberto Silva, gerente de desenvolvimento de mercado da Parker Hannifin.
 
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Existe um grande número de filtros ecológicos no mercado nacional. "As montadoras estão se adaptando cada vez mais a essa tecnologia. No futuro, os filtros ecológicos irão substituir toda a linha de filtros blindados, gerando menos poluentes ao meio ambiente" – analisa Degasperi, da Filtros Turbo.
 
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O mercado automotivo cresce a cada dia, o que inclui o uso de todos os tipos de filtros. "Mas é notável que o mercado e os reparadores não têm tanto conhecimento desse produto. As indústrias da reparação automotiva vêm desenvolvendo conteúdos na comunicação e no digital para mostrar aos consumidores a importância do filtro ecológico" – indica Rocha. 
Para ele, as perspectivas futuras são boas porque hoje as pessoas estão se preocupando mais com sustentabilidade e, no futuro, poderá ter mais clientes solicitando esse tipo de filtro. E para ajudar o meio ambiente, a Wega Motors, assim como outras empresas, é parceira da Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas Automotivos e Industriais (Abrafiltros) no Programa de Reciclagem e Descarte Consciente dos Filtros Usados, participando das ações e decisões do órgão.
 
Market share
"O volume de filtros ecológicos ainda não é tão representativo. O Aftermarket da UFI Filters atende principalmente à frota circulante, mas o filtro ecológico é uma evolução natural para os novos tempos" – diz Almeida. Globalmente, a empresa, em sua fabricação de filtros do combustível diesel para montadoras, tem 25% de share, segundo pesquisa da IHS de 2016. A IHS aponta também a UFI Filters com maior crescimento na filtragem do óleo para montadoras com share estimado de 20% para 2020 e grande parte desses filtros é ecológica.
 
Participação dos filtros ecológicos no mix de negócios dos fabricantes chega a 20%
 
Entretanto, a base de produtos da UFI Filters está nas novas aplicações, como, por exemplo, Jeep Compass e Renegade, GM S10, Fiat Toro, entre outros. "Por isso, o mercado terá excelentes exemplos dos nossos filtros ecológicos. Temos trabalhado em novos projetos com as montadoras. Assim, os novos modelos que chegarão ao mercado já estarão equipados com essa tecnologia sustentável e produzida na UFI Filters do Brasil" – enfatiza Almeida.  
Os filtros ecológicos da Wega Motors são desenvolvidos seguindo a tendência mundial e a exigência dos órgãos governamentais. "A busca é por inovações tecnológicas de automóveis e produtos automotivos que contribuam para a sustentabilidade do planeta" – afirma Rocha.
"Os filtros ecológicos representam 20% do negócio da Parker" – afirma Silva. A Parker avançou nesta tecnologia e lançou os filtros separadores de água patenteados. Homologado nas maiores montadoras da linha pesada, caminhões, ônibus, máquinas agrícolas e de construção, o E-max, da Parker, é 100% desenvolvido no Brasil e 50% mais leve. O material do corpo do filtro é feito em plástico PA66 com 30% de fibra de vidro e seu cabeçote permite várias configurações de entrada e saída, além da montagem de sensores. O meio filtrante Aquabloc II tem eficiência de 99% na separação de água e 99,5% na separação de partículas de 10 ìm. Projetado para substituir o elemento com 60 mil km, reduz materiais descartados na troca do elemento.
Na linha de produtos ecológicos, a Mahle Metal Leve dispõe dos filtros tipo cartuchos, no caso dos filtros de óleo, são todos com as letras OX, nomenclatura utilizada pela empresa. E os filtros de óleo OC, que são filtros com carcaça metálica (spin-on blindados). "São filtros de alto rendimento que asseguram a lubrificação do motor e a durabilidade das peças móveis" – afirma Eduardo Fischer, supervisor de assistência técnica da empresa. 
 
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Contato das empresas
UFI Filters: www.ufifilters.com
Wega Motors: www.wegamotors.com
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