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Ete's São Novo Mercado

Cada vez mais imperativa a evolução e busca de novas tecnologias e o aperfeiçoamento das indústrias de filtros para a sua...


Indústria deve aprimorar filtros para esse setor

É cada vez mais imperativa a evolução e busca de novas tecnologias e o aperfeiçoamento das indústrias de filtros para a sua aplicação nas Estações de Tratamento de Efluentes (ETE's). A minimização do passivo ambiental tem hoje alta relevância nas indústrias não só por motivos econômicos, mas também para a preservação da imagem institucional das empresas, pois ninguém quer estar associado a danos ambientais.Ete's São Novo Mercado

Nesse contexto, o Brasil representa um mercado promissor desde que a indústria de filtros invista no desenvolvimento de equipamentos melhorados. Segundo a especialista em biotecnologia Gilza Maria Minatel, há cerca de cinco anos as empresas gastavam um valor significativo no tratamento de efluentes, mas continuavam, ao início de outro processo produtivo, coletando água da reserva natural ou comprando da concessionária pública. Hoje, as ETE's estão sendo desenvolvidas buscando cada vez mais a reutilização dessa água dentro do processo produtivo, reduzindo drasticamente a necessidade de coletar nova água.

"Dentro desse processo, os filtros têm papel fundamental, pois essa água que será reutilizada no processo produtivo tem de estar dentro de critérios rígidos. A carga orgânica não pode prejudicar o processo de produção", diz a técnica. "Temos de deixar a quantidade de sais da água mais próxima possível da água potável. Imagine, por exemplo, se essa água é reutilizada no resfria-mento de torres. Se ela tiver quantidade alta de sais, vai provocar incrustações no sistema e isso levará à perda do equipamento", analisa Gilza. "Por outro lado, se a água estiver muito ácida, vai corroer o sistema", explica.

A técnica conta que os filtros estão sendo aperfeiçoados para esse nicho de mercado e algumas indústrias já estão fazendo testes de filtros melhorados para ETE's. "Eles estão se especializando na questão da recirculação da água, pois há cinco anos houve um aumento de 60% a 80% na prática de reuso da água industrial. Houve troca de elementos filtrantes como os de carvão ativado para filtros domésticos, de indústrias alimentícias, de medicamentos e etc, diz.

Segundo Gilza, já estão em estudo e sendo aplicados filtros com carga de prata no controle micro-biológico. O enchimento dos cartuchos com sub-produto de depuração de prata é uma novidade nesse campo", diz.

O setor público também deverá criar demanda para os filtros aprimorados para um melhor tratamento da água para o consumo da população. "As ETA's (estações de tratamento de água) terão de ter uma ETE acoplada, pois hoje não temos mais coleta de água limpa. É na ETE que a água deve passar por um filtro modificado para eliminar o material orgânico", afirma. Ela acredita que muito em breve as concessionárias públicas terão de fazer um tratamento mais rigoroso da água, pois já houve vários precedentes de contaminação como o caso, mais ruidoso, ocorrido no Ceará, quando a água contaminada por bactéria levou vários pacientes de hemodiálise à morte.

"As falhas no processo de tratamento da água na rede pública hoje são gritantes, vão desde a presença de cianobactérias, como a anabena, até à falsa visão como a de que o excesso de cloro resolveria o problema. Infelizmente, as águas das concessionárias passam ainda pelo mesmo sistema de tratamento que era utilizado há cinco mil anos", diz.

Para Gilza, a indústria de filtros tem de desenvolver tecnologias para melhorar a qualidade dessas águas, por isso já estão sendo feitos estes estudos como o que usa o substrato da depuração da prata e vários outros.

O consultor de implantação de sistemas de engenharia Ambiental Ricardo Saad concorda que a ultrafiltração é um nicho de mercado num futuro próximo para o Brasil. "É na ultrafiltração que os microorganismos são eliminados, mas, atualmente, essa tecnologia e as membranas desse tipo de equipamento são importadas, e isso torna o processo ainda muito caro", disse.

Saad afirmou, no entanto, que as empresas, incluindo as concessionárias de serviço público, deverão avaliar a relação de custo x benefício e chegarão à conclusão de que a eliminação dos microorganismos terá maior peso nessa análise.

O técnico disse, também, que, além da necessidade de buscar a eliminação dos microorganismos, há ainda um longo caminho a percorrer com relação às pequenas empresas clandestinas, que ainda despejam resíduos no ambiente.

"As grandes e médias empresas estão se adequando, mas temos ainda problemas culturais. Há empresas que não colocam o filtro por causa da manutenção. Mas as substituições ocorrem porque onde é jogado o efluente jogam-se muita tranqueira, como pedaços de pau, por exemplo, e isso danifica os filtros, claro. Estamos colocando grades para proteção dos filtros", contou.

Segundo ele, a Cetesb vai focar mais as pequenas empresas agora.

O técnico alerta, no entanto, que a revisão ou criação de algumas taxas pode dificultar mais ainda a implantação das ETE's nessas indústrias de pequeno porte.

Um exempo é o Cadri (Certificado de Aprovação e Destinação de Resíduos Industriais), que é o documento que autoriza algum lugar para ser receptor de resíduos. Ele tem hoje uma taxa de 70 Ufesp, o que equivale a cerca de R$ 800.

"O certificado deveria continuar gratuito, pois com a taxa, a empresa que precisar de três certificados, por exemplo, já gastará quase R$ 3 mil", afirmou. A solução para esses e outros entraves deve ser buscada de forma mais acelerada, pois a importância desse setor é medida com estatísticas de saúde pública.

Pelos dados de recente pesquisa da ONU (Organização das Nações Unidas) no Brasil, 80% das pessoas atendidas nos postos de saúde apresentam doenças de circulação hídrica.

Na batalha pela água pura, saiu ganhando a parcela da população que pode adquirir filtros domésticos com garantia. Isso porque esse mercado, segundo Gilza, está altamente qualificado depois que foram criadas as normas para garantia de água tratada, pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), há cerca de três anos. "Os filtros que estão dentro das normas podem garantir água 100% potável", afirma.

Segundo Gilza, a situação é bem diferente para quem consome a água de galão recarregável. "O problema não está na fonte, mas nos galões que são recarregáveis e mantêm microorganismos que passam pelo plástico e migram para a parede da embalagem em busca de oxigênio", conta. "E não existe controle desses galões na troca", alerta.

O que se espera agora é que a mesma revolução ocorrida na indústria de filtros domésticos também ocorra com os filtros especialmente destinados para as estações de tratamento de efluentes.

Recap estuda novas alternativas na coleta de água

A utilização de alternativas mais baratas, sem custo social ou para o meio ambiente na captação e uso da água também é uma preocupação para a Recap (Refinaria da Petrobrás de Capuava), em Mauá, que até o final do ano deverá deixar de captar a água do rio Tamanduateí e utilizará outra forma para abastecer seu processo produtivo.

Atualmente, a refinaria coleta a água no Tamanduateí, mas, devido à excessiva carga de poluição, o processo de limpeza dessa água torna-se oneroso e o resultado não chega a ser satisfatório para a qualidade necessária à produção. "O rio não tem condições de oferecer qualidade que atenda nossas necessidades", disse o coordenador de Utilidades da Recap, Alfredo Jardim.

>Segundo ele, a refinaria estuda três novas alternativas: o projeto Aquapólo, que coletaria a água na fonte do Tietê, ou água de reuso que seria fornecida pela Prefeitura de Mauá ou, ainda, água de reuso da Sabesp, que já é fornecida em São Caetano. "Escolheremos a alternativa que tenha viabilidade econômica e não afete o ambiente", disse Jardim.

No final de março, um evento de dois dias reuniu gerentes da refinaria para dar andamento a esses estudos. Das 12 refinarias, a Recap é a que trabalha com água tratada da fonte mais poluída.

A Recap consome hoje 300 m

Caso venha a ser utilizada a alternativa da Prefeitura de Mauá, a água, depois de passar por uma estação de tratamento de esgoto, passará por um polimento em outra estação na Recap.

Jardim afirmou, também, que a qualidade da produção está sendo afetada por causa do modelo atual. Ele lembrou, também, que em breve, o custo de produção vai subir com a cobrança da utilização da água subterrânea.


Escola promove ações para valorização da água

O uso correto da água, visando sua economia, e a consciência do valor desse bem para o futuro do homem é a preocupação de algumas escolas.

Ete's São Novo Mercado

O Pueri Domus, em Santo André, é uma dessas escolas. No Dia Internacional da Água Doce, 22 de março, um evento de alerta foi realizado nas dependências da escola com a participação de pais, professores e da maioria dos 1.800 estudantes da escola. Coral, grupos de teatro e palestras foram apresentados abordando a importância da água. O Serviço de Saneamento Ambiental de Santo André (Semasa) ofereceu material impresso e palestras.

Segundo a diretora de Ensino da escola, Silmara R. Casadei, a intenção é levar os alunos a uma ação prática. "A preocupação ecológica sempre existiu, o que queremos agora são ações efetivas para que o aluno se veja como sujeito do mundo", disse.

A professora de Ciências Michele Rascalha disse que há dois anos foi criado um grupo ecológico entre os alunos para fomentar ações de voluntariado. "O grupo se reúne para trazer idéias para a escola como a coleta seletiva de lixo", disse.

Zeta Plus faz reuso da água há oito meses

Um dos exemplos bem sucedidos de ETE que reaproveita a água da produção é o da Cuno Latina, na produção do filtro Zeta Plus, em Mairinque (SP). O gerente operacional da empresa, Luiz Vieira, disse que a Cuno reduziu para 20% a extração da água de seus poços artesianos para a produção do Zeta Plus. "Há oito meses reutilizamos toda a água do processo", conta. Com a medida, além de poupar o lençol d'água, a empresa caminha para uma economia de custos num futuro próximo, quando o poder público começar a cobrar o uso da água de subsolo. "A água sempre foi tida como um recurso muito barato e infindável e no Brasil ainda é muito comum essa visão errônea", avalia Vieira. Não houve tanta inovação tecnológica para implantar a reutilização da água, afirma o gerente. "A água do processo é coada e transportada para bombas com floculantes com sulfatos de alumínio, que separa o que foi floculado. A água então segue para a filtragem, que remove as partículas e, então, ela volta para a produção", contou. "Nossa estação recupera inteiramente a água para reuso e é uma planta fácil de operar e barata", diz.

O resíduo da ETE, uma lama concentrada, fica em leitos de secagem e pode ser aproveitado como adubo. "É um excelente adubo. Pretendemos doar para as prefeituras de Mairinque e São Roque para o uso nos jardins e praças", contou Vieira.

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